segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A novidade

A novidade (ou as novidades) é que perdi o vício de escrever, mas não de ruminar.
Tive alta da terapia.
Minha vida mudou da água pro vinho - e que vinho, huh?
Até voltei a dormir... e sonhar...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Daisy

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Feedback song for a dying friend

Reza a tradição Wicca que a morte não deve ser encarada com tristeza e pesar, mas com a naturalidade de uma etapa que se encerra para o começo de outra.
Fácil falar, difícil PARA CARALEO de fazer. Em especial quando a pessoa que parte para os jardins esteve numa mesa de bar com a gente há um mês, falando bobagens e tranquilo quanto às suas condições de saúde.
Turuga foi surpreendido pelo destino três vezes. No início, o diagnóstico surpreendente, inusitado, inesperado, insidioso. Mas o tratamento deu a ele e a todos esperança e tranquilidade, a fé necessária para aguardar um transplante de fígado com uma certa qualidade de vida, a certeza de que era só uma má fase que estava perto do fim.
Pela segunda vez, Turuga foi internado em estado grave. Daqui da minha distância tropical, pouco sei das reais condições em que sua saúde evoluiu, mas entendo que foi mais um lance infeliz dos dados que Deus não joga. E enquanto aguardava, no hospital, o carinho de todos nós certamente alimentava a energia daquele que é, com certeza, um dos mais inesquecíveis boêmios da Cidade Baixa.
Turuga não teve chance de se esquivar da menina de preto. Ao entrar na sala de cirurgia, recebendo um fígado do interior do Estado, ela já estava sentada ao seu lado, na mesa, esperando apenas pelo momento mais apropriado. Ela não leu o livro do Destino, seu irmão mais velho, mas ele lhe passou todas as instruções para a surpresa final. E veio buscar o adorável Vitor Hugo, o marido da Clo, o pai do Jorge Hugo, o amigo da porção inteligente de Porto Alegre e o debochador classudo da burrice que grassa por entre a maioria.
Eu só soube da sua viagem quatro dias depois. Estava me preparando para uma festa. E chorei muito, assim como choro agora lembrando dos dez anos que convivemos, mais de perto ou mais de longe, sempre com carinho e bom humor, colecionando pérolas da língua portuguesa e piadas de grosso calibre. Mas não desisti de minha festa. Fiz dela uma homenagem particular àquele que, esteja onde estiver, já deve ter feito uma porção de amigos em torno duma mesa, pedido uma garrafa dum bom tinto e contado as tiradas mais engraçadas da sua curta, porém indelével, passagem por este tonto planetinha em que os bons morrem jovens e os filhos da puta continuam por aí enchendo o nosso saco.

Prova de fogo

Que Survivor, o que.
Prova de fogo mesmo é ir no aniversário da filha do namorado (e portanto, quase enteada) e conhecer, duma tacada só, a aniversariante, a mãe da aniversariante (ex n. 1), a avó da aniversariante (sim, a sogra, por supuesto), o casal de melhores amigos dele e de brinde mais uma ex com um novo marido bronco.
Mas até acho que me saí bem e nem derrubei molho na roupa.

Never as good as the first time

E como pra tudo tem uma primeira vez na vida, pela primeira vez fui acompanhar meu respectivo para comprar roupas.
Coisa boa é ver homem que se cuida e que gosta de andar bonitinho, arrumadinho, que não tem camisetas furadas e moletons do tempo do epa dentro do armário.
Mas melhor do que isso é vê-lo saindo do provador com uma camisa impecável, linda, que cai como uma luva, enquanto o queixo da gente vai até o chão.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Candy

Essa semana tá foda.
Já perdi a conta dos chocolates que comi, das colheradas de nutella, fora a panela de negrinho e os chás mega-açucarados.
Agora a missão impossível é sequestrar a receita deste biscoitinho do Frontera. Não posso mais viver sem isso.

(sim, isso é uma confissão de tpm descontrol)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

I don't like mondays

Alguém pelo amor dos deuses risca as segundas feiras 13 dos calendários para toda a eternidade?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Saturday night's alright for fighting

Começou cedo, até. Cedo MESMO, I mean. Começo da tarde. Passagem de som dum show de tangos e fados em meio a chuva fininha de molhar bobo.
Estada rápida no McDonald's Bahia filial Ataulfo de Paiva e o show, cuja idade média da platéia devia ser mais ou menos a mesma da múmia do Tutancâmon. Ok, missão cumprida, passa em casa pra pegar um traje mais decentinho pro aniversário do dia.
Na saída, a chuvinha fina lá marcando presença, cadê táxi vazio? Oh, lá vem um - pela pista do meio. E era EVIDENTE que ele ia fazer uma manobra ousadíssima pra tentar nos pegar. E nessa manobra, ele simplesmente se atirou em cima dum outro táxi que vinha vindo a dois metros de distância dele, e que para se safar se atirou em cima dum terceiro táxi que estava PARADO com o pisca ligado e ninguém dentro. Cataploft. Depois dessa, todo mundo boquiaberto, nada restou a não ser ficar olhando o imbecil sair de fininho.
O aniversário. Num lugar dentre milhares, iguaizinhos, um do ladinho do outro. Estamos lá procurando quando dou de cara com ele.
ELE.
Bruno Garcia.
Que desfez todo o meu encanto em cinco segundos. Pra que viver de ilusão, não é mesmo?
Enfim, achamos o tal lugar do aniversário, que por trás da aparência de lata de sardinha, até que era gostosinho. A aniversariante é que era popular demais pro tamanho do estabelecimento. Aquele primor de atendimento a que até já estou me habituando nesta terra de selvagens, comida zero, mas tinha aquela torta sabem os deuses de onde que compensou quase tudo.
Pra completar, ainda estou olhando lá pra fora com cara de paisagem quando reconheço aqueles dois metros de altura. Rafinha Bastos, a fofura de sempre, continua com seu espetáculo no Rio e espera que todo mundo vá vê-lo, pois o Walmor Chaguinhas já está precisando de botox.
Não é emocionante ter um sábado pra contar?

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Closed

Fechada pra balanço, digerindo as férias, pensando em complôs universais e planos infalíveis, recuperando a esperança de que o mundo pode funcionar e a noite foi feita mesmo pra dormir.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Dogs

Enquanto Dogs se firma mais e mais como a trilha sonora da minha vida, Rick Wright parte dessa pra melhor.
RIP, Rick.
Deixa a bucha pra gente aqui.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Rubina's blue sky hapiness

Tarô do dia:

10 de copas - Aceite a felicidade!

O 10 de Copas emerge como arcano de aconselhamento para você neste momento, Luciana, lembrando-lhe que aceitar a felicidade é o primeiro passo para obtê-la. A maioria de nós não é feliz simplesmente porque acha que não merece sê-lo. Abra-se às circunstâncias prazerosas, conheça gente, abra seu coração e você perceberá que a felicidade afetiva não é algo que só existe em filmes. Este é um momento para você se dedicar exclusivamente às coisas que lhe dão prazer. Faça uma lista das coisas que você gosta e procure cultivá-las, convidando a pessoa querida para estar com você nestes momentos. Quanto mais feliz você estiver neste momento, mais esta felicidade se multiplicará. Deixe para resolver as chateações e preocupações em outros momentos.

Conselho: Viva o prazer!

domingo, 7 de setembro de 2008

A fábula (dos três poréns)

Nei Lisboa é que sabia das coisas.
E o Personare também.
Que belo jeito de começar umas férias, emaranhada nas nuvens...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Love generation

Lá vem o Personare me assustando de novo.

Ás de copas
Por que não abrir o coração?

O Tarot, Luciana, emite para você o conselho do Ás de Copas. Este arcano pede que, neste momento, você abra mais o seu centro do coração, deixando que a boa vontade e a afetuosidade brotem de sua alma sem expectativas ou condições. Permita que uma qualidade amorosa – que bate forte, pedindo pra sair – seja derramada para todos os cantos, inclusive para aquelas pessoas de quem você menos gosta. Muitas boas surpresas ocorrerão à medida que você compreender que, ao amar sem esperar resultados, os resultados são melhores do que os originalmente esperados. Abra-se ao novo, Luciana! Não apenas a pessoas novas, mas também a novos olhares, novas perspectivas, de modo que o encantamento se derrame e você se perceba com a alma limpa, renovada, respirando e irradiando amor, tornando-se uma presença atrativa e desejada. É hora de amar, Luciana! Não se importe se as pessoas não lhe correspondem. Você aprenderá, neste momento, que o amor faz bem principalmente a quem o emite. E termina sendo algo beneficamente contagioso: magnetiza e afeta, transformando o mundo em torno de si, tornando-o um lugar melhor.

Conselho: Momento de abrir o coração, de renovar.

Bad medicine

Quem assistiu ao "Jardineiro Fiel" e não ficou chocado que atire a primeira pedra (estou falando do enredo, mas as locações também são um espanto de beleza*). O que a gente não se dá conta é que aquela putaria farmacêutica está bem aqui entre nós. Como diria minha querida Wanessa, é um elefante debaixo da mesa de vidro. A gente simplesmente faz de conta que ele não está ali.
Aí precisei comprar um remedinho desses que eu ando tomando e o médico, mui gentil e ciente do preço do aborrecimento que ele estava me propondo, me deu um super cartão de desconto do laboratório! Basta a gente ligar pra lá e se cadastrar, e aí a mocinha adoravelmente informa quais são as farmácias conveniadas.
Tudo bem, tudo bom, tudo ótimo. Aí eu vou até a farmácia e saio alegre e contente com duas caixas do meu remédio praticamente pelo preço de uma. Eles não têm nem vergonha de dar um desconto de QUARENTA E CINCO VÍRGULA DEZENOVE POR CENTO. Para quem prefere visualizar o número, tá aí, ó: 45,19%. Resultado: meu tratamentozinho de merreca, que custaria normalmente R$ 108,16, saiu por módicos R$ 59,28. Como não sou a Rachel Weisz, ainda não estou levantando a bandeira contra essa palhaçada e não vou mencionar o nome do laboratório, mas achei que um breve comentário não faria mal.

* A esse respeito, POR FAVOR leiam "Na Trilha da Humanidade", de Airton Ortiz. O jornalista passou por todos os pontos de descobertas arqueológicas importantes e a locação de "O Jardineiro Fiel" é um deles.

Mais do mesmo

Toda noite é sempre igual.
Depois do banho, remédio já tomado, hidratante passado, cheiro de limpo e de cuidado no ar. Alongamento, relaxamento, o remédio supostamente fazendo efeito, desconcentrada demais para ler até mesmo Madame Bovary, o calor das cobertas, a fofura do travesseiro, as mãos quentes.
Mas os pés não obedecem, e continuam gelados. E até aquecê-los, nada de sono. Olho no relógio, e ele nunca está marcando menos do que 2:30.
Todo dia é sempre igual.
O despertador toca às 9, mas eu já estou acordada pela segunda vez, incapaz de me mover além de mudar o timer para as dez. Às dez, já tirei um cochilo (ou não), e troco o timer novamente para as onze. Os pés não obedecem, o resto do corpo também não. Às vezes, às onze sou capaz de me mover, mas às vezes não. Troco o timer para meio-dia. E ao meio-dia desisto, ligo para o trabalho e me preparo para o claro tom de decepção denunciando "de novo ela não vem".
Desligo o telefone e o timer e fico, prostrada, esperando que algum sopro de vida venha recolher este defunto insepulto para que o dia não seja de todo perdido.
Penso que é a lei da compensação. Passei três dias sendo sociável, indo a barzinhos, tomando chopinhos e sorvetes, frequentando feirinhas e mcdias felizes, e a energia pra isso obviamente não vem do nada. Mas não posso parar o mundo a cada três dias pra recarregar as baterias. Doutor, dê um jeito nisso, e rápido.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Oh happy day

Sábado foi McDia Feliz. Eu fiz a minha parte, e vocês?
Não só me empanzinei de Big Mac como empanzinei os outros, e tirei fotos hilárias. Foi um bom dia.
Domingo foi dia de endoidecer na feira hippie de Ipanema, de sorvete romeu e julieta e de chimas em excelente companhia. E de terminar dum jeito dolorido, mas necessário.
Hoje foi dia de dar um abraço gostoso e de fazer massagem nas mãos dos outros. Dia de gerar energia e repassar. E de chegar em casa exausta por isso.

Livin' on a prayer

Ó a bobajada com fundamento:

Oração das mulheres resolvidas

Que o mar vire cerveja e os homens tira-gosto, que a fonte nunca seque, e que a nossa sogra nunca se chame Esperança, porque Esperança é a última que morre...
Que os nossos homens nunca morram viúvos, e que nossos filhos tenham pais ricos e mães gostosas!
Que Deus abençoe os homens bonitos, e os feios se tiver tempo... Deus... Eu vos peço sabedoria para entender um homem, amor para perdoá-lo e paciência pelos seus atos, porque Deus, se eu pedir força, eu bato nele até matá-lo.
Um brinde... Aos que temos, aos que tivemos e aos que teremos. Um brinde também aos namorados que nos conquistaram, aos trouxas que nos perderam e os sortudos que ainda vão nos conhecer! Que sempre sobre, que nunca nos falte, e que a gente dê conta de todos!
Amém.
P.S.: Homens são como um bom vinho. Todos começam como uvas, e é dever da mulher pisoteá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia pro jantar.

domingo, 31 de agosto de 2008

Lovin', touchin', squeezin'

04/04/09
ATENÇÃO. ESTE POST FOI CENSURADO.

Riscado, apagado, desbotado, enxovalhado.
Como se o fato de apagá-lo pudesse apagar o acontecimento.

E viva a censura, a ditadura, o militarismo, o Doi-CODI, o SNI, o feminismo e todas as falsas forças contra e pró a liberdade de expressão, que não existe e nunca existiu.
Estamos o tempo todo medindo o que e quando dizer, para quem, onde, com que palavras.
As mulheres, então, são umas palhaças por acharem que queimar sutiã numa praça liberta de alguma coisa. Não adianta.
SOMOS presos a essa coisa chamada humanidade, esse poço eterno de falhas e faltas.

Anatomia

ATENÇÃO. CENSURADO PARA MENORES, PUDICOS, HIPÓCRITAS E PARA A MINHA MÃE. MÃE, VOLTA DAQUI A UMA SEMANA.

A contração involuntária dos músculos. O princípio do relaxamento. Estou quase dormindo, mas acordada o suficiente para sentir o afago dele nos meus cabelos, o aperto do abraço, o sussurro que acalenta. E durma-se sozinha depois duma noite assim.
Ele sabe tudo de anatomia. E me pega como se fosse um brinquedo, uma boneca de carne, com firmeza e com doçura. Cada beijo é um sopro suave que antecipa o próximo movimento. Ele tem a força, os músculos retesados todos em seus lugares, sem a ostentação dos marombados , o peito firme complementando os largos omoplatas. Uma aula de anatomia palpatória na minha frente e eu incapaz de distinguir uma tíbia dum bíceps. Embrigada pela respiração, pelo gemido, pela beleza de deitar que eu tanto venero.

It's over, it's under

Coisa mais difícil e dolorida é por ponto final nas situações.

Snakecharmer

Pérola impagável do meu amigo Turuga:

"O babaca não trai por que não tá legal. Ele trai porque não sabe a diferença entre uma minhoca e uma surucucu".

sábado, 30 de agosto de 2008

A kind of magic

Chegaram hoje minhas miniaturas wicca. Côsa mais fofa!
Delícia também o atendimento da Rosine por e-mail. Esqueçam procurar em loja, contatem por mail mesmo que é garantido. Gentilíssima, e ainda me mandou um pentagrama de presente.

Esta é a Mirtsie, com seu Livro das Sombras e seu mini-altar. E acreditem: a imagem é maior do que o original. Fofíssimo, uma obra de arte. Criação do Ian Heding. O link está aí do lado.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Emoções

Sorte de hoje: Aguarde para breve momentos emocionantes.
Mais????
Ai meus sais...

I've been sleeping a thousand years it seems
Got to open my eyes to everything
Without a thought without a voice without a soul
Don't let me die here there must be something more
Bring me to life

terça-feira, 26 de agosto de 2008

The sweetest gift

Às vezes a vida nos presenteia com pausas. Finais de semana em que a gente pode descobrir que a vida nem é tão complicada, que parceria existe mesmo, que tudo pode ser simples se for bem resolvido, e que cafuné e carinho nunca é demais.
Eu tive um desses, de luzes verdes, hard rock e comida irresponsável na veia.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Scarborough fair

Pra tudo tem uma primeira vez na vida, até mesmo para amassar um dente de alho pra pôr na lentilha.
E nessa fase de descobertas wiccanas em que me encontro, minha casa cheira a chá e temperos como uma velha e aconchegante casa de vovó. Se me pegam fazendo crochê, então, já sei que vou ganhar uma cadeira de balanço no Natal. Não ia ser de todo mal...

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Com que roupa?

Confesso que estou começando a me sentir meio ridícula dentro das minhas antigas calças 44. Mesmo algumas 42 já estão fazendo um estilinho "saco de batata" que me arrasa. Cadê minha bunda?

***
E no modo piada interna ligado, divertido é ver o... digamos... peguete vestindo a roupa que era de outro.

domingo, 17 de agosto de 2008

Like a virgin

Se eu chegar aos cinquenta com metade do corpo da Madonna, a aniversariante de ontem, vou me dar por feliz.

Dressed for success

E pra quem achou que Jorge Campos tinha sido o goleiro de uniformes mais estapafúrdios de todos os tempos, eis que surge Bruno, do Flamengo, com seu super disfarce de limão alienígena.
Talvez ele estivesse se preparando para ir à Disney sem se perder, ou andar no fog londrino, sei lá.

sábado, 16 de agosto de 2008

Pêlos

(acreditem, eu achei uma música com esse título. E pior: eu conheço o raio da música. É aquela "são gritos de bamo cavalo, toca toca, êra êra...")
Toda vez que vou ao instituto de depilação fico divagando sobre várias coisas.
O que leva uma pessoa a se tornar depiladora profissional?
Quem foi que inventou esse tipo de estabelecimento?
Quanto de cera vai em cada uma daquelas panelas? E a que temperatura?
Por que elas não falam, matraqueiam, que nem cabeleireiro, pra quebrar o desconforto inevitável de estar lá, com toda a documentação de fora, na frente duma estranha? Mal e mal a gente consegue descobrir o nome delas!
E se algum homem aparecer lá e quiser fazer, digamos, uma "virilha cavada com faixa"?

Heal the world

Já viram o link aqui do lado pras Samburá Ecobags?
NÃO?
Então vão lá DJÁ. E comprem. E ajudem a acabar com essa praga que é a maldita sacolinha plástica.
Eu comprei quatro e já estou pensando em quais serão os próximos modelos...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Inútil

Inútil argumentar que acabo de aumentar a medicação.
Inútil dizer que aquele curso infame era perda de tempo.
Inútil contar da dor de cabeça, da dor de consciência, da sensação de fragilidade, dos dois dias passados na cama, pernas incapazes de me levar a lugar algum.
Inútil contra-atacar com a insônia inclemente, com a mudança de hábito, com o cansaço que não cede ao maior período de sono.
Inútil avisar da fraqueza, da falta de apetite.
Tudo inútil diante da solidão dos sentimentos. Mais fácil é ser taxada de alguma coisa que ignora a química, a manipulação da vontade, a frustração.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Please forgive me

Essa é pra matar todo mundo de orgulho.
Pra quem não sabe, minha vinda para o Rio de Janeiro, em dois de março de 2006, foi só o ápice duma sucessão de eventos que parecem coisa de cinema. Em duas semanas, meu mundo ruiu: num dia acordei casada e terminei separada, passei duas semanas sozinha na casa da minha mãe que viajava, bati o recorde de camas diferentes numa mesma semana porque todo mundo queria me hospedar. Quando cheguei, estava num tal estado de torpor que mal e mal reparei que era uma quinta-feira pós-carnaval resplandecente. Caguei pro mar de Copacabana, que enxergava da janela do apartamento que tinha alugado. Simplesmente fechei as janelas, liguei o ar condicionado e dormi.
Então começou a fase "agora não dá". Sou perita nisso. Empurro as coisas com a barriga como se fossem balões numa gincana. Primeiro não dava pra encarar a rebordosa porque precisava achar um lugar pra morar; depois, tinha de fazer o mestrado andar; por fim, precisava me estabelecer, arrumar uma vida pra viver, e assim foi durante dois anos.
Aí o mestrado acabou e tudo estava em paz. Menos o meu coração. E aí a Sra. Deixa-pra-Depois aqui precisou encarar o bicho de frente, depois de tomar um trancaço da neurologista - em pânico porque nenhum ansiolítico dava jeito na insônia - e do psiquiatra - preocupado porque o antidepressivo não fazia nem cosquinha - e lá fui eu, pra terapia. Nada de tradicionalistas, puristas, freudianos e outros, que vão me matar de irritação. Cognitivo-comportamental, efeito comprovado a médio prazo.
Tive a sorte de acertar a empatia com a primeira que achei. A querida Maria Amélia me fez descobrir um repositório novo de palavras por dia. Acho inclusive que fico guardando palavras durante a semana só pra gastá-las naquela hora, em que falo tanto, tanto, e me canso tanto, tanto, que saio de lá como quem volta da batalha de Stalingrado.
Maria Amélia fala pouco (quando eu deixo, basicamente), mas dá cada tiro certeiro que me deixa impressionada. A cada semana, é um balaço. Mas o maior balaço de todos não foi ela quem deu. Apareceu pra mim, nem sei direito quando foi. Foi por estes dias.
Era inevitável que o fim do meu casamento fosse um dos temas mais recorrentes, além da minha relação (?) com meu pai e outros eventos marcantes da minha vida, a precocidade para a maioria das coisas e a auto-exigência quase insuportável, um perfeccionismo digno de um monge budista em busca do zen.
Depois de discutir que uma das coisas que me perturbava era a ambiguidade do meu sentimento com relação ao meu ex-marido, a quem devo muitas coisas (inclusive o fato de estar no Rio) e por todas elas sou grata versus a indignação com o fim da história... tcha-ran. Engrenagens funcionando.
Conclusão: o problema não é mais ele. Sou eu. Porque pra mim está óbvio que não existem inocentes nessa história, mas o que ele fez com a merda que fez não é problema meu.
Eu é que preciso me perdoar por não ter sido a esposa perfeita, impecável, o que (supostamente) garantiria um casamento duradouro. Eu é que preciso perdoar minha precocidade, minha falta de experiência, meu pouco tato e minha flexibilidade extrema - tão extrema a ponto de me fazer perder a identidade para agradá-lo. Eu é que preciso aprender que não é me violentando a ponto de esquecer do que realmente sou e do que quero que vou garantir um relacionamento saudável, sobretudo comigo mesma.
Podem aplaudir agora. Acho até que vou imprimir para ler para a Maria Amélia.

Ursinho pimpão

Da série "coisas que deixei pra fazer depois de burra-véia": dormir agarrada num bichinho de pelúcia.
Dois, na verdade. São um par de leões, pai e filhinho, abraçadinhos e simpaticíssimos.
Quando pequena, bicho de pelúcia me irritava na cama. O coitado acordava invariavelmente no chão. Agora, posso até acordar sem os fofuchos nos braços, mas pelo menos encostados nas minhas costas eles estão. Deve ser o frio. Ou é carência, mesmo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Diamond ring

Segunda-feira. Que os Deuses me distraiam enquanto o tempo passa e o curso mais chato do universo nos é empurrado goela abaixo. Idéia brilhante: sentar no fundo do auditório com crochê a tiracolo.
Mas até o crochê acaba, o coffee-break enche a barriguinha... ai que sono...
Hora do almoço, duas horas intermináveis de pancinha estufada por sanduichinhos de atum, petits four, bolos de milho e chocolate quente. Só um suco, obrigada.
De quem foi mesmo a maldita idéia de me dizer que a joalheria Monte Carlo faz bazar com até 80% de desconto?
Pronto: realizei meu insano sonho. Comprei um anel de ouro branco. Valor da etiqueta: R$ 660.
Débito na minha conta: R$ 198.
Dava pra perder?
Aos que quiserem me presentear com algum mimo, lá ainda deixei aliancinhas e meias-alianças também de ouro branco com brilhantes por mixos 300 pilas, ou coisa parecida.

domingo, 10 de agosto de 2008

You and your hand

Era uma vez uma menina que era, digamos, prendada em termos artísticos. Do crochê ao papel machê, passando pelo ponto cruz, ela se saía razoavelmente e até gostava dos brinquedinhos.
Mas eis que uma grande virada aconteceu na vida da menina e ela perdeu o hábito de executar algum trabalho manual. Largou tudo e todo o material a 1500km de distância e foi lá, desaprender tudo o que tinha aprendido.
Aí uma vez a menina passou na frente duma loja de linhas e agulhas e não se conteve. Seguindo fielmente a cartilha de que quanto mais energia pomos numa idéia, mais rápido ela se realiza, lá foi a menina investir em barbante e agulhas de crochê para confeccionar coisinhas para sua futura casa.
O primeiro pegador/descanso para panelas ficou pronto em três horas. E até que não saiu mal, não...

sábado, 9 de agosto de 2008

Dogs

Saudade da época em que acordava com aqueles quilos felinos confortavelmente espalhados junto a mim na cama...
hoje foi dia de causa animal, dia de feirinha no Bairro Peixoto, dia de descobrir detalhes de Copacabana, dia de ficar chocada com o descaso com os bichos num hospital veterinário...
dia de boa ação. Dia de doar, de dar carinho, de aceitar aquele olho carentoso e os pêlos na roupa, de receber uma mordida gerbilinha que nem os meus me deram.
Dia de quase-ataque histérico, oito vidinhas de vinte dias a miar enquanto a mãe orgulhosa se negava a dar de mamar. Dia de testar os limites do auto-controle para não entrar na fila da adoção.
Dia de agradecer a generosidade dos Deuses e pedir que eles permitam que meu sonho, meu desejo, se realize.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Aviso aos navegantes

O albergue fechou, o banco não libera mais crédito e a luz vermelha da casa apagou-se.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Use your nose

Quando eu penso que não dá mais pra me fragilizar, meu corpo sempre dá um jeito de me contrariar.
Eu, que estava levando em média 40min pra conseguir sair da cama, ontem passei pra duas horas e hoje entreguei os pontos. Rendi-me aos nove meses de insônia, à alergia que não passa, aos mosquitos que me fizeram companhia nesta noite até que eu os acertasse no escuro. E liguei pra avisar - e pra ouvir aquela vozinha desconfiada e desafiadora, pedindo um atestado médico.
No problem.
Mais uma novidade pro meu repertório de exames, mais um remédio pro meu vade mécum farmacológico. Endoscopia nasal. Uma câmera enfiada no nariz previamente preparado com xilocaína, fazendo "qué qué qué" a pedido da otorrino, e lá está: sinusite alérgica. Secreção abundante, porém clara. E viva os litros de água que me obrigo a tomar.
Mas como eu acredito na Lei Tríplice, saí do hospital e fui brindar-me com um pote de sorvete, que creio compensar bem o desconforto daquele metal enfiado quase na minha garganta. Aproveitei pra trazer um amiguinho pra minha samambaiazinha, tão só, coitada. Agora são dois seres vivos a dividir o apartamento comigo.
E ainda na onda da Lei Tríplice, vamos ver qual vai ser a estatística deste mês. Em julho, me perguntaram se eu queria uma estrelinha do McDonald's - faltando em média uma vez por semana, consegui fazer sozinha praticamente 1/6 da produção do setor inteiro.

sábado, 2 de agosto de 2008

Feiticeira

Aos que não sabem ou não pescaram ainda, sim, estou estudando Wicca. Daí a criançada pode chamar de bruxa à vontade.
Mas vê se não é pra começar a acreditar com esses eventos:

Alerta de novo trânsito astrológico
Irritabilidade emocional
02/08 (hoje) às 0h45 a 25/08 às 19h06 (Atenção para o horário do início!)
Marte em oposição à Lua natal

O período que vai de 02/08 (hoje) às 0h45 e 25/08 às 19h06 envolve um choque do Marte celeste com a sua Lua de nascimento, Luciana. Nesta fase, procure tomar um cuidado maior no que diz respeito a surtos de melindre emocional, pois há o risco de você sentir que as suas emoções estão mais afetadas do que o normal, com risco de ataques de impaciência e irritabilidade, sobretudo com as pessoas mais íntimas, como familiares, amigos mais próximos e amores.


A cena toda começou a desenhar-se no meio da tarde.
Ele saiu daqui dizendo que voltava mais tarde, e que então resolveríamos se a tattoo viria até nós ou nós iríamos atrás da tattoo. Era Imbolc, afinal das contas, e eu queria registrar meu compromisso de aprender a Arte.
Nove e tantas da noite, a criatura está tranquilamente em casa "vendo novela antes de sair". Minhas velas estão queimando, meu incenso já perfumou a casa, e cá estou esperando, porque afinal das contas tínhamos combinado alguma coisa.
Meia noite, desisto de esperar. Banho e berço.
TRÊS DA MANHÃ a porra do meu celular toca e é ele. "E aí, qual vai ser? Vai ficar em casa?"
"É ÓBVIO QUE EU VOU FICAR EM CASA. ESTOU DORMINDO." (a despeito do meu famigerado problema de insônia, eu estava conseguindo dormir até aquele momento)
E ele ainda ousou ameaçar vir pra cá.

Aí comecei com todas as reações de fúria que uma boa taurina somática é capaz, e só um Claritin D foi capaz de restaurar a paz e apaziguar o acesso de espirros.

OITO E MEIA DA MANHÃ a porra do celular toca de novo. É ele. E pedindo que eu vá esperar na rua, pra pagar o táxi. MAS NÃO VOU MESMO.
Como o duelo era de titãs e bom taurino não desiste fácil, ele achou que não tinha o menor problema, ele subia e pegava a grana. E eu, bufando. Duas vezes perturbada no meu sono, já previamente incomodada por uma combinação não cumprida.
Chegou a peça do jeito que eu mais odeio: portando uma latinha de cerveja (cheia) na mão. Às nove da manhã. Abri a porta, dei o dinheiro e encostei a porta. A cara-de-pau demorou a voltar, e voltou anunciando alegremente "Trouxe pãozinho!"
(Penso eu cá com meus botões: E EU MANDEI TRAZER PÃO?)
E ele se espalha. Ocupa espaço. Liga o ventilador - e eu debaixo da coberta. Vai tomar banho. Deita do meu lado e, oh, incômodo supremo, acende um cigarro infernal e sai perguntando "onde está o meu cinzeiro?"
Respondo com O MEU CINZEIRO ESTÁ NA COZINHA, entre dentes.
Aquele maldito cheiro começa a invadir a minha casa, sempre perfumada de incenso e verbena.
E ele chegou cheio de amor pra dar. Como sempre.
Já avisei: NEM TENTA.
Ficou bufando, suspirando, reclamando. Era o próprio Touro olhando pro toureiro que brande a capa vermelha.
Cansei. E mandei ver: acho que é melhor tu ir embora.
E ele, ofendidíssimo: isso mesmo. É melhor. Vou embora. Expulso...
Vou pra casa da minha irmã. Mais tarde te ligo pra voltar.
NÃO LIGA PORQUE EU NÃO VOU ATENDER.

Volto a tentar dormir, agora bufando eu.
Sono horrível, pesadelos mil, desconfortável, aquela irritação. E, como não podia deixar de ser em mim, eu e a minha mania de precisar ser aceita, aquela culpinha batendo lá no fundo.
Mas aí eu levanto e vou olhar meu tarô do dia:

Carta do dia: O Diabo
Assumindo o uso do poder e do magnetismo pessoal
Vivemos numa sociedade que nos leva a sentir culpa quando assumimos as rédeas do nosso destino, quando assumimos o uso do poder. Todavia, existem circunstâncias em que não podemos ser tão “bonzinhos” assim, em que precisamos – devemos! – assumir uma postura de maior competição e desejo pelo poder sobre as coisas do mundo. O arcano XV como conselho para este momento de sua vida, Luciana, chama a atenção para a importância do cultivo do magnetismo pessoal para conquistar coisas no mundo material. Não tenha pudores de fazer valer sua força de autoridade quando sentir que é devido. Cuidado, apenas, para não se deixar levar por emoções extremas demais.
Conselho: Não temer o uso do próprio poder!

E ele está online, provavelmente ofendido de morte, com um glorioso "Amélia é que era mulher de verdade" como mensagem do dia.
E eu estou aqui, agradecendo aos 600 paus que deixei na mão da psicóloga essa semana, por tão rápido me fazer ver que EU NÃO PRECISO disso. Eu POSSO ser exigente. E DEVO, dentro da MINHA casa.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

The lady of Shalott

E eis que aparece o primeiro sabbat maior pra eu comemorar. Imbolc. O meio do inverno, em honra da Deusa Brigid. A luz vai começar a assumir o comando de novo na Roda do Ano.
Tinha feito mil planos. Ia comprar velas, muitas flores, fazer um bolo...
mas aí o sushi do mal (por que todo vilão é japa?) entrou na história ontem e me botou de molho, perto do trono, até segunda ordem.
E de todas as comemorações que eu tinha planejado, a única que dei cabo até agora foi uma xícara de café com leite bem quentinho, pra celebrar o nubladinho lá fora.

Maluco beleza

Quando a gente ouve da própria terapeuta, chocada com as coisas que a gente conta, que as pessoas em geral estão todas muito malucas, é pra perder as esperanças?

I don't wanna miss a thing

Caso ideal de trilha sonora perfeita para o momento:
eu vendo site de adoção de gatos e ouvindo o Steven Tyler berrando

Don't want to close my eyes
I don't want to fall asleep
Cause I'd miss you babe
And I don't want to miss a thing
Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
I'd still miss you babe
And I don't want to miss a thing

domingo, 27 de julho de 2008

Eu

O combo domingo de noite-crise alérgica histórica-nada de útil pra fazer só podia dar nisso.
Vasculhando blogs antigos... e re-respondendo questionariozinhos. Para fazer o jogo dos erros, consultar o blog de setembro de 2006.

Nome?
Luciana
Data de nascimento?
10/05/80
Local de nascimento?
Porto Alegre
Residência?
Rio de Janeiro
Olhos?
Verdes
Cabelos?
Sim, na cabeça. Ah... a cor... cor de burro quando foge. Cor de nada.
Altura?
1,65.
Destro ou canhoto?
Destra.
Ascendência?
Prussiana de três costados. Do quarto, suíço.
Signo e ascendente?
Touro e câncer.
Sapatos que usou hoje?
Nenhum ainda.
Fraqueza?
Preguiça, depressão, sistema respiratório. Praticamente uma flor de estufa, uma boneca de papel, qualquer sopro derruba.
Medos?
Vários.
Objetivo que gostaria de alcançar?
Descobrir o que quero fazer da vida, e conseguir viver bem com isso.
Frase que mais usa no MSN Messenger?
Não é uma frase, são os emoticons de carinhas sorrindo, uma de olhinhos fechados e a outra com a boca escancarada.
Melhor parte do corpo?
Hum... olhos. Colo. mãos.
Pepsi ou Coca?
não, obrigada.
McDonalds ou Bob's?
McDonald's. Do Bob's, só se salva o shake de Ovomaltine.
Café ou capuccino?
Capuccino. Ou o café da minha Bialetti. ;)
Fuma?
Nopes.
Palavrão?
Sim, direto. É feio, mas azar. Incontrolável. E depois que vim pro Rio, só piorou.
Perfume?
Pleasures, Herrera for men, L'eau d'Issey, Lovely, CK One.
Canta?
Canto. Mas ninguém ouve, pelo bem da humanidade.
Toma banho todo dia?
Obviamente. Às vezes mais de um.
Gostava da escola?
Não. Era um etzinho nerd quatro-olhos, como é que eu ia gostar?
Quer se casar?
Não creio que vá repetir o mesmo erro.
Acredita em si mesmo?
Nem sempre. Às vezes a cara de pau é maior do que tudo, hehehe
Tem fixação com saúde?
Não. Se tivesse não tinha meus achaques somáticos.
Se dá bem com seus pais?
Com a minha mãe, sim.
Gosta de tempestades?
Acho que sim.
No último mês...
Bebeu álcool: nuóssa.
Fumou: Não. E com a nova lei anti-fumo, até o fumo passivo diminuiu bastante.
Usou drogas: ilícitas? não.
Fez saliência: ô.
Foi ao shopping: acho que não. Vale a Saara?
Comeu um pacote inteiro de Oreos: não. Ainda existe essa bolacha?
Comeu sushi: sim!
Subiu ao palco: não.
Levou um fora: não.
Fez biscoitos caseiros: não.
Pintou o cabelo: não. faz um pouco mais de um mês.
Roubou algo: Não.
Já tomou um porre?
ô.
Já apanhou?
Já.
Já bateu?
Já.
Número de filhos?
De quem?
Como você quer morrer?
Dormindo.
Onde você fez faculdade?
UFRGS
Piercings?
Nope.
Tatuagens?
Sim. Adoro, em mim e nos outros. Por enquanto, só tenho uma, mas vamos dar um jeito nisso em breve.
Quantas vezes seu nome apareceu em jornal?
Que eu saiba, duas. contando o listão do vestibular.
Cicatrizes no corpo?
De catapora, de uma vez que raspei a mão na parede, da vez que dei de boca no sofá, de quando caí de cotovelo na areia na escola... todas pequenas. Se eu não contar, ninguém vê.
Do que você se arrepende de ter feito?
Mais fácil arrepender do que não fiz...
Qual sua cor favorita?
Preto. Roxo. Azul. Vermelho. Todas as dessa cartela. Ou seja, tudo que não tenha amarelo.
Me fale sobre um talento ou habilidade que você tem e que eu ainda não vi ou descobri.
Sou boa doceira. Gosto de fazer tortas e tenho até uma batedeira planetária.
Qual sua disciplina favorita na escola?
Literatura e história. mas não quer dizer que eu ia bem, não.
Diga um lugar no qual você nunca esteve, mas que gostaria de visitar algum dia (aqui ou no exterior).
Vale a Europa toda?
Você é uma pessoa matutina ou noturna?
Já não sei. Sei que minha cama me chama e me pede a toda hora.
Os astronautas pousaram mesmo na Lua ou foi tudo armação?
Foi uma armação, ou vocês acham que os EUA iam ficar pra trás do Kubrick no 2001?
O que você tem no bolso? (Ou, se não há nada no momento, que tipo de coisas geralmente estão lá?)
As chaves de casa, identidade, dinheirinho trocado, celular e Sorine.
Em 10 anos, você se vê... (termine como quiser)
Balzaca.
Falta energia e você não tem um gerador. Isso quer dizer nenhum eletrônico: computador, TV, vídeo, aparelho de som, etc. O que você faz para se manter aquecido, contente e entretido?
Deito e durmo.
O que você jamais comeria?
Rã, cobra, répteis em geral, moréia. Depois da experiência escargot...
Quanto tempo de TV você assiste por dia?
Assistir, de prestar atenção, uma hora, em média. A novela das oito. E o CQC, segundas.
Fale sobre um filme ou programa de TV obscuro e diga por que deveríamos assisti-lo.
Betty Blue. A fotografia é ótima e a performance da Béatrice Dale faz todo mundo ter medo da insanidade.
Fale sobre uma banda ou talento musical obscuro e diga por que deveríamos ouvi-lo.
Nada obscuro, mas os talentos regionais do RS tipo Vitor Ramil mereciam mais projeção.
Se tivesse que escolher, você preferia estar com muito frio ou com muito calor?
Bah! Entre a cruz e a caldeirinha...
Um dia haverá um evento em sua vida tão grande que lhe arrancará da obscuridade e fará seu nome conhecido em todo mundo. Especule sobre o que vai lhe trazer seus 15 minutos de fama.
A maluca que sequestrou o Kiefer Sutherland no Rio de Janeiro - e descobre-se que ele sofre de Síndrome de Estocolmo. Droga, perdi a chance.
Qual seria a sua última refeição se você estivesse no corredor da morte?
Aiaiai...
Qual sua lembrança mais antiga?
não sei... Talvez as balinhas da Confeitaria Colombo da casa da minha avó.
Se você tivesse direito a 3 desejos, qual seria o terceiro?
pode pular essa?
Qual seu vegetal favorito?
Pepino japonês.
O que você queria ser quando era criança?
Professora, eu acho. não me lembro.
Qual o seu time, e por quê?
Grêmio. Com direito a duas camisetas, bandeira, chapéu. Mas tenho fases mais boleiras, outras menos.
Qual sua canção favorita no momento?
Bah! são tantas... ando ouvindo repetidamente uma do Dalto. E "Memória dos Bardos das Ramadas", sempre.
Onde você morou?
Em duas casas em Canoas, num apê gigante na Rua da Praia, num apê pequenino na Lima e Silva, num apê perfeito na Duque, e agora num apê pequeniníssimo na Raul Pompéia, no poshto seish.
Quando criança, quais eram o seu brinquedo, livro, programa de TV e personagem de desenho animado favorito?
Brinquedo: Um cachorro de pelúcia, o Samuel. E a Barbie, depois dos nove.
Livro: Uma graça de traça, A jibóia Gabriela...
Programa de TV: Bambalalão, Xuxa.
Personagem: não sei

Mostre-nos uma foto de como você era adorável quando criança.
Esquece. Procurem.
Se você pudesse roubar algo, certo de que não seria pego, o que seria?
Livros. E bebidas.
Se você pudesse vandalizar algo sem medo de ser pego, o que seria?
Nada. Não quero vandalizar.
Se você pudesse entrar em um lugar onde não tivesse permissão e ninguém descobrisse, qual seria?
Hum... a ilha do Amyr Klink.
Existe algum assunto do qual você sabe mais do que qualquer pessoa que você conheça pessoalmente?
Talvez.
Você testemunhou contra a Máfia e tem que deixar o país. Aonde você iria para começar sua nova vida, e que carreira iria tentar?
Iria pra Buenos Aires ser livreira, ou abrir um pub.
De quais eventos olímpicos você gosta mais e menos?
Gosto das ginásticas, dos saltos ornamentais, do vôlei. não vejo lutinhas.
Se você pudesse incluir ou criar um novo esporte olímpico, qual seria?
sei lá.
O que você está ouvindo neste momento?
Vitor Ramil.
Qual foi a última coisa que você comeu?
Amêndoas.
Primeira coisa que você nota no sexo oposto?
Não é algo que se descreva. Tem que dar liga, entende?
Bebida favorita?
Água com gás. Bourbon. Vinho.
Bebida alcoólica favorita?
Bourbon. Mas o vinho está quase tomando o posto.
Você usa lentes de contato?
Yep. Há quatorze anos.
Irmãs ou irmãos:
Um irmão.
Mês favorito:
sei lá...
Comida favorita:
Gosto de tanta coisa! Em geral, as que tem algum tipo de pasta, alguma carne e algum legume. E comida japonesa.
Último filme a que assistiu no cinema:
Hum... Sex and the City.
Você consegue tocar seu nariz com sua língua?
Nope.
Qual a primeira coisa em que você pensa quando acorda pela manhã?
Alguém pensa pela manhã? Eu não.
Como é o seu wallpaper?
Uma foto p&b dum casal dançando tango numa rua de paralelepípedos à noite.
Sugira algo para ler, algo para assistir:
Para ler: Caio F., Markus Zusak, Cem Anos de Solidão. Para assistir, fiquemos com o CQC, prestigiando o amigo Rafinha Bastos. Jornalismo com humor e respeito.
O que lhe irrita acima de tudo... Aquele momento terrível que faz com que você perca totalmente sua compostura e queira chutar, gritar e bater em algo com um porrete?
Fumantes mal-educados, gente que grita, gente relaxada que joga lixo pela rua, gente grossa, gente pragmática e maniqueísta demais.
Admita, você não é perfeito... O que você faz e que deixa as pessoas irritadas?
Sou preguiçosa, desorganizada, às vezes irritadiça. Mas tento me controlar e fugir do convívio dos outros quando me percebo assim.
Nasceu em que dia da semana?
Sábado. Senão minha mãe não teria o primeiro Dia das Mães dela.
Ator favorito?
Kiefer Sutherland, Johnny Depp, Philip Seymour Hoffmann, Pacino, Jeremy Irons, Andy Garcia, John Cusack. Todos por critérios diferentes, of course.
Instrumentos que toca?
Pedrinha n'água. Sou perita. Mas falando sério, uma vez na vida eu soube tocar piano.
Internação em hospital?
Aquelas horas intermináveis tomando soro com analgésico intravenoso valem?
Religião?
Católica de batismo. Mas estou estudando a wicca.
Qual seu aparelho eletrônico favorito? E qual aparelho você gostaria de ter?
O favorito e imbatível: computador. Não vivo sem. Eu gostaria de ter uma máquina digital agora.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

The blower's daughter

Amanhã vai passar um dos filmes mais controversos da minha predileção fílmica.
Da primeira vez que vi "Closer", torci um pouco o nariz. Não achei graça, não achei sentido.
Mas aí vi pela segunda vez, já aqui no Rio. E pronto, o circo todo ganhou novas cores e eu comecei a achar um grande filme.
Igualzinho ao "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças".

Eu tive um sonho

Vou te contar:
eu andava pelas ruas vazias da madrugada na Cidade Baixa, me equilibrando sobre umas pernas de pau de uns 50cm de altura, amarradas aos meus sapatos roxos.
Caminhando ao meu lado, um sujeito só de meias, que não reconheci a princípio.
Por algum motivo (um de nós falou, ou fez algo, não lembro bem) nós nos olhamos, e nos reconhecemos.
Era ele.
Que me cumprimentou, e levou para a casa dele - uma espécie de república, com outros dois casais morando, eu acho. E a gataria toda.
Ela me mostrou a casa, e o quarto deles tinha três camas de solteiro. E pediu meu telefone, ao que a lucidez do meu sonho replicou em pensamento "Pra que é que esta zinha quer meu telefone? Pra me humilhar?"
Um dos outros moradores pegou um violão e começou a tocar. Alguém me ofereceu algo pra comer, ou beber, e eu recusei. E fui embora, e já era dia, e era um lindo dia de sol. Mas não saí antes de pegar um deles no colo, afofar aquela barriga, ouvir aquele ronronar que tanto me faz falta.
Juro que senti quatro patinhas andando no meu quadril esta noite...

Surfista calhorda

Ele é cafajeste, ele tem uma dicção péssima, ele tem um figurino beirando o medonho.
Mas eu dava um dedinho pro Dodi do Murilo Benício passar uma temporada aqui em casa.

Try (just a little bit harder)

Vâmo lá, rapaziada.
Elfos e duendes, me ajudem dessa vez.
Eu não vou suportar se fracassar pela quarta vez na tarefa de manter uma planta viva.
Dessa vez, pra variar, é uma mini samambaia havaiana, ao invés dum kalanchoe.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

P da vida

O que eu queria mesmo saber é pra que é que eu gasto mais de 200 pilas com esta porcaria de plano de saúde se quando eu preciso fazer um exame um pouco mais elaborado é um deus nos acuda como se eu estivesse pedindo uma audiência com o Papa e o Bush em pessoa.
Ocorre que eu sou só mais uma na multidão de mulheres que sofre com aquele negócio que ainda tem guasca que acha que é frescura: tpm. Sempre foi um tormento. Quando eu era adolescente, o troço chegava a cúmulos de quase-desmaios, inutilidade total, suores e calafrios ao mesmo tempo, hemorragias absurdas, enjôos. À época, meu irmão menor presenciou um desses ataques e, se ele conseguiu esquecer, eu não me esqueço do olhinho dele arregalado, em pânico e indeciso entre me dar um ventilador ou uma coberta em pleno janeiro, empapando o sofá de suor e me torcendo de dor.
O advento da pílula, além de me livrar da grande paúra de engravidar, diminuiu consideravelmente o sofrimento. Só que é aquilo, né. Hormônio é hormônio. Parei de tomar um tempo pra dar uma respirada... e tinha tentado fazer o mesmo quando vim aqui pro Rio, mas desisti no primeiro mês de sintomas beirando o intolerável. E um ano depois, a coisa começou a ficar ruim pro meu lado de novo. A médica acertou em cheio: pílula forte demais. Só que agora tá ruim de novo. Elefantes sapateiam no meu abdômen, agulhas gigantes de crochê pinçam minhas entranhas, grilhões atam-se nas minhas pernas e ganho um martelo portátil que fica ribombando minhas têmporas: um escândalo pra quase-nada de sangue, dois dias, três e olhe lá.
De uns tempos pra cá, a coisa despirocou de vez. O quase-nada virou enxurrada, fora de hora, a dor não cessa nem com Buscopan nem com reza, aquilo tudo. Lá foi ela, a médica, que é maluca mas não é doida: "Só pode ser duas coisas: descompensação hormonal ou endometriose. Vamos de cara pra uma ressonância e uma contagem hormonal. E um hemograma, porque você me parece mais branca do que o normal."
Íamos, né? Porque aparentemente menstruar pedaços sanguinolentos com cara de aborto, avaliados por uma profissional da saúde, não é motivo suficiente pra liberar meu exame. E como pelo menos pra exames de sangue a Golden Cross ainda não está me pedindo antecedentes criminais, a suspeita da descompensação hormonal, aos meus leigos olhos, hoje foi pras cucuias.
E meu hemograma, como sempre, tá lá, atestando que não, eu não preciso de fortificante, não estou anêmica e não como tão mal quanto parece nos meus 58kg. Só a série branca denuncia a alergia que não cede, e que acabo de ler que pode ser pura e simplesmente reação a stress agudo.

sábado, 19 de julho de 2008

Perigosas peruas

Pronto.
As últimas barreiras do bom senso consumista neste corpitcho foram quebradas ontem.
R$ 200 em rímel (violeta), delineador (uva), gloss (3D) e sombra Bourjois. A sombra, aliás, nem Bourjois é, é duma outra marca que eu nunca vi mais gorda e chama-se Art Deco (mas tem uma textura que benzadeus; tem de valer os quase R$ 25 numa embalagem quase do tamanho dum chip de telefone).
Tudo por causa dum maldito presente.

Freedom

A frase libertadora da noite de sexta-feira:
enfia essa pizza no teu cu.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Assalto

Segunda vez em dez dias.
Vem o pilantrinha imundo, tenta acompanhar o passo. Não escuto o começo do discurso, mas termina com "só me passa o telefone e o dinheiro, senão eu te dou tiro, te furo toda, e duvida pra tu ver só. Me dá o que tem no bolso senão te furo."
Tiro a mão do bolso. "Tenho nada não, magrão. Tenho só o remédio do nariz."
"Deixa eu ver."
Nisso eu ganho tempo, e o imundinho enfia a mão no bolso esquerdo - o que tem a pen drive e a chave. "Tô te dizendo, mané, só o remédio e a chave de casa."
"Deixa eu ver o outro."
Aí já estou perto o suficiente pra chamar a mendiga: "ô tia, olha aqui o malandro tentando me assaltar!"
O guri enfia a pen drive na minha mão e sai correndo, se desculpando. Era só uma brincadeira.

domingo, 13 de julho de 2008

Oh, Carol

É tu mesmo, guria.
A quem minha mãe chama de "minha filhinha carioca".
Que chama minha mãe de "mamy dos pampas".
Que me traz problemas porque todo dia descubro um presente novo que gostaria de te dar. Eu queria poder te dar o mundo, mas ele não cabe no bolso. Então dou o que posso: idéias, autores, sonhos.
Não preciso te dar compreensão, porque não preciso te compreender. Compreender demanda esforço, e não o faço para saber exatamente o que te ocorre. Talvez seja sinergia, energia, alegria, sintonia. Paz de espírito. Olho no olho, sisters in arms, abraço humano, gente de verdade que sofre e que ri, por si e pelo resto do mundo que não entende e não sabe o real sentido de ser honesto e sincero. Aos gritos, aos sussurros, às gargalhadas, aos soluços. Entre maus entendidos e subentendidos, entre o sol e a lua que nos premiam em Copacabana, entre taças de espumante, tulipas de chope e cuias de chimarrão, entre toda essa vida e contra tudo que é ruim.
Tamo junta na parada. É isso.

sábado, 12 de julho de 2008

Eu te amo

Mancebos de todas as praças: por gentileza, não façam mau uso dessa expressão.
Eu te amo.
Amar é um verbo tão carregado de mil coisas que não comporta uma leviandade, uma brincadeira, uma distração.
Um "eu te amo" dito de graça numa sexta feira à noite é capaz de destruir as expectativas de uma moça para o próximo mês. Ela ficará esperando pelo amor, em forma de telefonema, de e-mail, de flores furtivas entregues pelo mocinho que nada sabe dos amores que carrega.
Portanto, rapazes, usem o verbo "amar" com toda a cautela. E toda a razão que é permitida a quem ama.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Satolep

Sexta-feira, dia do filet mignon da classificação: literatura.
Não tem muito o que discutir. Números prontos, assuntos prontos, o cérebro pode dormir mais um pouco.
Cheguei entorpecida pelo inverno de dez da manhã na Baía, vento e sol meio morno, um convite ao nosso popular "lagartear".
Meio torturante entrar no salão. Aquele barulho, vrrrrrrrrrrrr, incontáveis máquinas gigantes de ar condicionado, revirando o ar poeirento dos séculos que pairam sobre nossas cabeças. E nenhum raio de sol lá dentro até as três e meia da tarde, quando ele invade sem cerimônia por uma fresta, nos obriga a uma pausa, desafia o trabalho na tela do computador.
Sento e pego a parte que me cabe no latifúndio literário, dividido entre os nove classificadores. Não reparo no que estou fazendo. É automático. 808.899282, literatura infanto-juvenil brasileira. B869.3, ficção brasileira. B869.1, poesia brasileira. 882, teatro grego.
Até que ele aparece. Primeiro à minha visão, depois ao meu tato, depois e para sempre no meu olfato.
Satolep.
O prometidíssimo segundo livro do Vitor Ramil.
Cheguei a dar um gritinho com aquela capa azul lavanda, o formato incomum, mais estreito, mais alto. Apertei o volume contra o peito.
Minha chefe ouviu e riu. "Lembrei do nome", disse.
Apertei novamente, ninei, finalmente abri o livro. O cheiro do papel novo, recém impresso, aquele cheiro seco e cinza que o couché nunca alcança. A brochura nova, estalando na minha mão. Aquela prosa, ansiosamente esperada. O palíndromo chamando. Satolep. O tempo também chama. Preciso produzir.
Ou seria melhor largar tudo e ir lagartear com Vitor?
(É claro que seria. Só quem entende a estética do frio sabe o por quê.)
Na memória, a lembrança dos primeiros parágrafos, das primeiras páginas, que me aguardam assim que eu comprar o livro. Nas mãos, o resto da produção do dia, implacável e absorvente.
Enquanto isso, alterno entre Satolep noite, no meio de uma guerra civil e as Memórias dos bardos das ramadas...

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Hurricane

Fácil - fácil não, melhor - quando são os outros que enunciam no lugar da gente.
Primeiro, foi "o masculino é muito negativo na sua vida, né?"
E hoje, "tenho a impressão que a sua vida inteira foi um furacão. Você não teve nem tempo nem oportunidade de assimilar, de trabalhar sentimento nenhum".
Yeah, here comes the story of the Hurricane!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Brinquedos

Agora sou eu aqui descobrindo botões, closed caption, mil e uma coisinhas.
E também lendo desvairadamente, anotando mil coisas, aprendendo cores, cheiros, significados, quadrantes, rituais.
Pelo menos alguma coisa me desperta o interesse nesses dias.

domingo, 6 de julho de 2008

One step closer

Tô eu lá na esquina de casa, sete da noite, esperando as meninas, e vem o moleque de camiseta toda esgarçada, bermuda imunda e chinelo.
- blablablawhiskassachê e me dá porque eu só quero o telefone e o dinheiro senão eu te dou um tiro no meio da tua cara.
Olhei o guri de alto a baixo, vendo a Carol do outro lado da rua. Apertei a bolsa debaixo do braço e pensei em mim: brinco de três pilas da Renner, uma cordinha preta no pescoço com um pingente de resina (mal sabia ele que era de prata, uma inspiração do Gaudí trazida de Toledo), uma pulseira com a maior cara de biju, sem relógio, jeans, blusa preta, maria chiquinha. E mandei ver, seca:
- Não tenho.
O guri desmontou. Arregalou os olhos, levou uma fração de segundo pra recompor-se num sorriso:
- Tô brincando, tia. Mas me dá um dinheiro pra eu ir ali comer alguma coisa?
Repeti:
- Não tenho. Não tenho!
Aí a Carol vinha chegando e o guri deu o fora.
Fiquei pensando nele enquanto ele atravessava a rua e ia pro Pavão-Pavãozinho. Ah, se o chefe do morro sabe...

Pobre menina

De todas as coisas "de pobre" que eu já fiz na vida, nenhuma se compara a minha última traquinice.
Embrulhei os controles remotos da tevê e do dvd em FILME PLÁSTICO.
Ficou lindjo!
E meu controle black piano, imaculado e brilhante, está a salvo das gordurebas e poeiramas dos ricos dedinhos de todo mundo que vier aqui curtir meu super brinquedo novo...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Devil's slide

Receita para fazer uma criança grande feliz:
150 paus a menos no bolso e dois diabolos glow na mão.

***
"Aham. Temos esse de 120 mm e esse, de 150 mm. Qual a idade da criança?"
"Uhm... Trinta e cinco?"

terça-feira, 1 de julho de 2008

Vaca profana

Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Inscrevo assim minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas

Sabem por que é que a vaca é sagrada para os hindus?
Por causa do leite.
Por que a cultura védica vê o leite como um alimento carregado de energia que combate a angústia e traz a sensação de conforto, de preenchimento, de acolhimento.
Vivendo, aprendendo e encontrando velhos amigos na rua, que aparecem do nada com estas pequenas lições do que é que realmente vale a pena saber.

Chatterton

Sangue, Sangue...

Chatterton suicidou;
Kurt Cobain suicidou;
Getúlio Vargas suicidou;
Nietzsche enlouqueceu;
E eu não vou nada bem.

Calma, calma. Não vou nada bem mesmo. Minha nova prescrição médica mais parece modelo de carro do que remédio, mas a chama da minha vela do anjo da guarda já está me dizendo: vai passar. O sangue vai parar. Não vou suicidar. Quanto a enlouquecer... como diria Caetano, de perto ninguém é normal (ou não).

Primeiro de julho

Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha, minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha
E não de quem quiser
Sou Deus, tua Deusa, meu amor...

*num oferecimento Transmimentos de Pensações Inc., vão lá na Ana ver o que fazem duas cabeças que pensam parecido...

segunda-feira, 30 de junho de 2008

So sick

E arrependida, e cansada de fazer sempre as mesmas porcarias.
Deus não mata, mas castiga. E fiquei eu com o braço roxo, buscopan intravenoso mal aplicado, enjôo, cansaço, requisições de exames, dor de cabeça, mais enjôo. Da vida e de tudo.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Proud Mary

Pronto, foi.
Não doeu. Mas cansou, como toda batalha.
Cheguei em casa e minha aparência denunciava: tinha posto algo pra fora.
E estava orgulhosa de mim mesma, vencedora da luta contra o monstro terrível da fragilidade diante da terapeuta pela primeira vez.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

More than words

Tem um incômodo, um pressentimento, um algo estranho no ar. Um cansaço, um sopro pesado, uma sombra nos meus ombros.
Enquanto isso, espero.
Preciso de paciência, persistência, perseverança.

domingo, 22 de junho de 2008

The heart of the matter

Sempre gostei, especialmente da versão do Renato Russo, mas com a inclusão na trilha do "Sex and the City", prestei mais atenção no brilhantismo da letra:

I got the call today, I didn't wanna hear
But I knew that it would come
An old true friend of ours was talkin' on the phone
He said you found someone
And I thought of all the bad luck, and the
struggles we went through
And how I lost me and you lost you
What are these voices outside love's open door
Make us throw off our contentment and beg for something more ?
I'm learning to live without you now
But I miss you sometimes
The more I know, the less I understand
All the things I thought I knew,
I'm learning again
I've been tryin' to get down
to the heart of the matter
But my will gets weak and my thoughts
seem to scatter
But I think it's about forgiveness
Forgiveness

Even if, even if you don't love me anymore
These times are so uncertain
There's a yearning undefined...
people filled with rage
We all need a little tenderness
How can love survive in such a graceless age ?

The trust and self-assurance
that lead to happiness
They're the very things we kill, I guess
Pride and competition
cannot fill these empty arms
And the work I put between us
doesn't keep me warm

I'm learning to live without you now
But I miss you, baby
The more I now, the less I understand
All the things I thought I'd figured out

I have to learn again
I've been trying to get down
to the heart of the matter
But everything changes
and my friends seem to scatter
But I think it's about forgiveness
Forgiveness
Even if, even if you don't love me anymore

There are people in your life
who've come and gone
They let you down and hurt your pride
Better put it all behind you; life goes on
You keep carryin' that anger,
it'll eat you up inside

I've been trying to get down
to the heart of the matter
But my will gets weak
and my thoughts seem to scatter
But I think it's about forgiveness
Forgiveness
Even if, even if you don't love me

I've been trying to get down
to the heart of the matter
Because the flesh will get weak
and the ashes will scatter
So I'm thinkin' about forgiveness
Forgiveness
Even if, even if you don't love me

Twilight

Não sei se é o melhor livro da década, mas BEEEEEM bom esse "Crepúsculo".
Só confesso minha decepção diante do casting que já vi no imdb. Mas enfim, como boa Toreador, minha tendência a fantasiar sobre a beleza é algo do qual não consigo escapar.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Labels of love

E fala Samantha Jones, a sensacional:

The good ones screw you, the bad ones screw you, and the rest don't know how to screw you.

E falo eu, no auge da tpm e do tesão zero pro trabalho:

AI QUE ÓDIOOOOO
Vontade de pegar um ônibus quando sair daqui e fazer um pit stop lá naquela rua. E vomitar, vomitar, vomitar toda a minha decepção - que eu sei, eu sei, a culpa é minha, o pobre coitado é só mais um idiota canalha e eu é que viajei que ele podia ser diferente.
Que tudo podia ser diferente.
Que finalmente, dois anos e meio depois, eu ia conseguir baixar a ponte levadiça do castelo. Mandei até os crocodilos pro veterinário... agora é correr pra levantar a ponte de novo e trazer toda a galera pro fosso de volta. E pôr a guarda em forma. E me trancar de novo na torre mais alta. E comprar um quebra-cabeças de urso polar na neve de 10 mil peças que me mantenha ocupada pelo próximo ano inteirinho.
Mas já que o babaca diz que me ama, que ama minha companhia, e que pelo visto é meu amigo, que aguente e escute tudo. Não é isso que os amigos fazem? Aturam as viagens uns dos outros? Se eu posso aturar essa turma toda cheirada, chapada, bêbada, ele pode me aturar descompensada, infeliz, chateada, decepcionada comigo mesma mais do que com qualquer outra pessoa.
MEU DEUS, COMO FOI QUE EU FUI VACILAR DESSE JEITO???
(insight: basicamente, "I let the wedding get bigger than Big". Que que eu vou fazer? Não posso negar meu ladinho Carrie Bradshaw)

Late redemption

Achei este mini conto do Drummond num dos livros hoje. Chama-se "Crime e Castigo":

Interrogado pelo comissário, jurou inocência. Inquirido pelo delegado, voltou a jurar. Não acreditaram. Foi indiciado, pronunciado, julgado, condenado. Sempre gritando que estava inocente.
No fim de cinco anos de prisão, acabou convencido de que era mesmo culpado. Pediu que o julgassem novamente, para agravamento de pena. Em vez disto, soltaram-no porque findara a pena.
Saiu confuso, já não tinha certeza se era culpado ou inocente, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Como toda gente.

Quase não dá para ser feliz (II, a missão)

Sabe criança que só aprende por repetição?
Pois sou eu com esta pérola do Dalto:

Quanto mais te chamo
Você não vem
Será que ainda dorme comigo?
Será que ainda sonha?

Posso, mas não topo mais
Ficar sozinho
Me encontro no fim do caminho
Te encontro no fim

Largo tudo se você chegar agora
O amor tá em cima da hora
O seu amor ou o meu?

Não dá
Posso te esperar ou não
Mas quase não dá para ser feliz

quinta-feira, 19 de junho de 2008

New York Girls

Tá, tá.
Eu chorei no filme do Sex and the City.
A Miranda copiou meu corte de cabelo do ano passado (ou retrasado?)
E o filme é TUDIBOM.

E só pra continuar no clima soundtrack, a coisa mais perfeita que podia ocorrer. Comentários de cortesia:

I love you (talvez. será?)
But I gotta stay true (trust me, I gotta)
My morals got me on my knees
I'm begging please, stop playing games (pelamordedeus)

I don't know what this is
Cos you got me good
Just like you knew you would

I don't know what you do
But you do it well,
I'm under your spell (nem tanto. menas)

You got me begging you for mercy
Why won't you release me
You got me begging you for mercy
Why won't you release me
I said release me (AGORA!)

Now you think that I
Will be something on the side
But you got to understand that I need a man (A MAN, NOT A BOY)
Who can take my hand
Yes I do (Entendeu ou quer que eu desenhe?)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A taste of honey

Embora um dos grandes prazeres de beber vinho seja catar uma garrafa dum bom exemplar já conhecido e retornar àquelas sensações que os sabores podem rememorar, também é interessante explorar novas marcas, novas procedências, e ver o que é que há para além dos nossos limites sensoriais.
Compramos duas garrafas duma marca sul-africana, Pearly Bay. A tinta, de Cape Red, e a branca de Cape White. Enquanto a tinta melhorou deveras no dia seguinte (sei lá, perdeu a acidez excessiva) e ainda assim está longe de ser inclusa nas minhas favoritas, a branca foi uma surpresa a cada segundo. Estou relutando em usar o termo "excessivamente" perfumado, mas é quase isso. E o retrogosto de mel já aos primeiros minutos vai entrar pra história da minha parca experiência como degustadora.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Stupid girl

Yep.
And no more comments.

domingo, 15 de junho de 2008

Quase não dá pra ser feliz

Ou dá, nesta era internética.
Ontem fez 20 anos que a minha novela favorita de todos os tempos estreou.
Além de ser uma delícia, "Bebê a Bordo" tinha uma trilha fenomenal. A internacional incluía INXS, Elton John e outras pérolas. Mas na nacional tinha, além de Paralamas, Yahoo e Léo Jaime, essa música do Dalto que só o Teledramaturgia.com.br salvou do esquecimento completo e colocou no meu hd, para minha alegria suprema.

sábado, 14 de junho de 2008

Castigo de Santo Antônio

No ano passado, castiguei Santo Antônio fazendo ele assistir meu divórcio no seu dia.
Nesse ano, ganhei até um pãozinho pra comer fazendo um desejo.
Que nem é tão impossível, nem tão difícil, nem tão longe, só requer um pouco de paciência bovina e boa vontade divina.
Ô Santo Antônio, foi mal aí.

A Atriz

Kikitos múltiplos pra mim, faz favor.
Kikitos, Oscars, Baftas, Emmys, Globos de Ouro.
Eu mereço todos eles. E o fogo do inferno.
Ou o calor daquele abraço.

Pa' bailar

Esse negócio de eletrotango na abertura da novela das oito até que me deixou bem felizinha. É a chance destes néscios aprenderem alguma coisa sobre música.

***
Show da Joss Stone: putz, tô ficando velha pra esse negócio. O day after tá cada vez pior, o peso do mundo nos ombros, a lombar pedindo refresco, uma merda. E a pobre coitada, segundo diagnóstico dos meus queridos amigos, foi cedo demais pra América. E está tentando demais parecer a Janis. Pena. Até que tinha potencial, a guria.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Lovers rock

Acho que pior do que não ter um namorado com quem se derreter no dia de hoje é ter mais de um work-in-progress, o que só contribui para a confusão se instalar na cabeça de todo mundo. Ser carinhoso vai dar bandeira? É isso mesmo ou não queremos nada com a hora do Brasil?
Oh céus. Acho que dia 12 vou é fechar pra balanço.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

That thing you do!

Meu sofá não está nem acreditando que se livrou do peso das seis cópias da dissertação que estavam ali, paradas, esperando o momento em que a suprema vontade se abatesse sobre mim e eu fosse até a Urca para dar-lhes o destino devido.
E mais: não só fui até a Urca entregar finalmente meu bebê para o mundo como fui à gloriosa Caixa Econômica Federal ver que fim levou a metade do meu fgts que simplesmente fez puffff. Com toda a calma do mundo, a atendente me informou que ele só passou para uma conta inativa, mas o dindin está lá, só me esperando. A dúvida agora é: vira investimento ou tevê lcd?
E como nem tudo são flores no reino da Dinamarca, faço coro ao novo hit da Cris Nicolotti, "Eu falei que isso ia dar merda"... e deu. O banco mais esperto dos gaúchos emitiu um cartão novinho em folha com o mesmíssimo número do antigo que venceu, o que me fez ficar inadimplente com meu adorado provedor. Eu mereço.

sábado, 7 de junho de 2008

Paranoid

Estou ficando. Ou já estou.
Minhas calças 42 mal estão se segurando no osso do quadril e eu ainda estou achando que podia dar mais uma emagrecidinha...
para minha sorte, não movo uma palha nesse sentido.

Jack on the move

Eu sabia. Eu-sa-bi-a.
Bye-bye, Hillary.
Quem é que está com a minha passagem pros EUA?

A maçã

Pena é que eu não tenho uma máquina fotográfica pra registrar.
Ando vendo beleza em coisas tão prosaicas como a parafina escorrida duma vela...
essa que caiu da maçã, então, parece mousse...

Angels and demons

Eis que meus temores mais delirantes tornam-se realidade.
Sim, Tom Hanks vai viver Langdon de novo: as filmagens de "Anjos e Demônios" já começaram.
Ai meus sais. Quero ver como é que vão fazer pra pôr em imagem o horror da morte de cada um dos cardeais (sim, isso É um post spoiler).

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Try a little tenderness

Às vezes é tão pouco que falta pra gente ser por um segundo mais feliz.
Uma música.
Um sabor.
Um sujeito parado olhando a gente descer uma escada pra esboçar um "linda".

E às vezes falta tanto.
O mundo inteiro entender o valor dessas pequenas coisas.
A subjetividade que cabe num olhar, num beijo, numa minúscula, imensurável e absolutamente privada demonstração de afeto.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Help!

Pelo menos do meio das trevas a gente ainda é capaz de fazer algo de bom pelos outros.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Prayer (of a sinner)

Porque, Senhor, se nada mais der certo nem a riponguice vai me salvar.
Tô aqui consumindo tempo e dinheiro em defumadores de comigo-ninguém-pode, velas brancas para o anjo da guarda (Imamiah, olha eu aqui), velas roxas para a espiritualidade, incensos de arruda e sal grosso, mais sal grosso no banho, água debaixo da cama pra sugar os maus sonhos.
Mais alguma coisa?

domingo, 1 de junho de 2008

Vox populi

O povo fala, o povo fala mesmo

E fala sem parar, pelas costas ou na cara, tanto faz.
Ninguém está nem aí para a verdade.
São quase como crianças na fase do "não comi e não gostei" - que é uma postura que anda me irritando deveras.
Não tem ninguém mais preocupado em ir ver se o que se ouve por aí é fato ou é só bochicho. Especular virou moda, julgar sem saber da verdade também e o último grito é condenar antes de ouvir a defesa.
É por essas e por outras que cada dia morro mais um pouco de saudade dos gatos, que me acolhiam e só esperavam de mim comida e uma caixa de areia limpa. E, se eu desse sorte, ainda ia servir de colo ou acordar com aquele montinho ronronante me esperando pra dar bom dia.

Há tempos

...nada fazia tanto sentido, encaixava tanto quanto.

Parece cocaína, mas é só tristeza
Talvez tua cidade
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão
E o descompasso, e o desperdício
Herdeiros são agora da virtude que perdemos

Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro

Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso...

Os sonhos vêm e os sonhos vão
E o resto é imperfeito...

Dissestes que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira...

E há tempos nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
E há tempos são os jovens que adoecem
E há tempos o encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
E só o acaso estende os braços
A quem procura abrigo e proteção

Meu amor!
Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem
(E ela disse)

Lá em casa tem um poço
Mas a água é muito limpa...

sexta-feira, 30 de maio de 2008

I want your sex

Affe.
Não estou me contendo. Dia 6 não chega nunca... mas elas estão por toda parte. Carrie já foi até decapitada num outdoor por aí e ainda estamos a sete dias da estréia de "Sex and the City".
O que não faz um trailer na vida duma pessoa. Estou salivando.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sad but true

Trinta pontos na Escala de Hamilton, três caixas de verotina, uma bela duma mijada.
O pior não é isso: é o aparente desdém com que as pessoas te enxergam.
Hoje já virei cocainômana, ninfomaníaca exibicionista, farrista desenfreada. Depende de quem fala.
E o fato de nunca ter tido um diagnóstico de câncer aparentemente me livra de saber o que é sofrimento de verdade. O fato de ter me separado com "apenas" cinco anos de casamento e não com vinte, pelo visto, me faz provar apenas da pontinha do iceberg chamado trauma. Ser jovem, "inteligente" e "bonita" me priva de sentir o real amargor da tristeza - afinal, vai ser triste por quê?
Vai ver eu é que sou louca e estou só cansadinha de brincar de casinha longe da mamãe, mesmo.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Poço

Às vezes eu me pego falando com a sarjeta
Sarjeta fala comigo
Difícil é enxergar o fundo do poço

Fica fácil quando a gente pensa que ligou pro trabalho avisando que não ia trabalhar e era só um sonho.

Now I think I know
What you tried to say to me
And how you suffered for your sanity
And how you tried to set them free
They would not listen
They're not listening still
Perhaps they never will...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Is there anybody out there?

Pois acordei das trevas do sono vespertino com a absoluta certeza de que tinha.
Tanto que levantei murmurando, perguntando se tinha alguém aí.

Brasil

Mostra a tua cara

Até que demorou pro Rio me mostrar a cara que mostra no noticiário todos os dias.
Ou eu muito me engano ou aquilo que estava ouvindo há meia hora era um belo dum tiroteio, nalgum destes morros que cercam Copacabana, compondo a sinfonia matutina junto com as crianças da escola aqui do lado.
Mas como tudo tem seu lado bom, foi por conta desse evento que levantei da cama, a despeito da minha dor de cabeça costumeira desta época do mês e da total falta de energia para qualquer coisa que envolva movimentos além da rotação sobre os lençóis. Pena que até agora não achei em nenhum noticiário a origem real dos estalinhos.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

El amor después del amor

Esse Gabo, vou te dizer...
bem que desconfiei que não ia conseguir repetir o prodígio dos "Cem Anos de Solidão", que literalmente me embasbacou, mas este "Amor nos Tempos do Cólera" tem seus momentos memoráveis. Entre eles:
"[...] quando uma mulher resolve dormir com um homem não há barreira que não salte, nem fortaleza que não derrube, nem consideração moral nenhuma que não esteja disposta a varar de lado a lado: não há Deus que valha."

E lá vem ele, de novo. Carpinejar, disparado o autor que mais aparece por estes posts. Agora, no entanto, vem do livro "O amor esquece de começar":
"Quem cuida de gato ama a sua solidão. O felino fica quieto pela casa, como um ruído do osso, um ruído interno do corpo. Enovelado em suas memórias fundas, tão fundas que requer concentração para subi-las. Flor assustada, jardim móvel. Nem com um nome ele se torna doméstico. Confidente que censura com compaixão, que compreende com piedade. Não é um animal que tosse; no máximo, espirra. Seus olhos claros, pirilampos dentro de um pote. A plumagem clara ou escura nasceu como ouvido da noite. Sua superação é beleza."

E a sensacional:
"A ex-casada encarnará as obrigações, não usará desculpas pessoais para se livrar da rotina.
Provará que pode se virar sozinha.
Aliás, como sempre."

Sleepwalk

Eram seis e meia e o dia começava a clarear por entre as frestas da cortina quando desisti de tentar dormir, tarefa na qual estava empenhada há exatas sete horas.
Não houve nada - nenhuma posição, nem a cantilena monocórdia do ventilador, nhóim-nhóim-nhóim, nem o leite às cinco da manhã - capaz de me atirar nos braços de Morpheus. Nem as quase duzentas páginas de boa literatura, nem o alongamento, nem o relaxamento, muito menos o Serenus ou o Dorflex. Nada, nada foi o suficiente pra me tirar do estado de alerta em que me encontro neste momento, chocada com a capacidade de desconforto que é possível ocorrer numa só noite a um ser humano.
Polianamente pensando, existem boas chances de eu conseguir fazer tudo o que preciso hoje. Isso, é claro, se o cansaço não vier dar as caras lá pelo meio da manhã, me submetendo aos já vexatórios episódios de bater cabeça no computador ou cochilar no canto do café, enquanto o resto do povo trabalha e eu seguro o celular com o despertador ligado pra dali a dez minutos.

Nenhum Roberto

Duas perdas, dois Robertos cintilando em algum lugar.
Primeiro, Robert Mondavi. O papa do vinho californiano foi quem teve a "brilhante" idéia de colocar a variedade de uva nos rótulos dos vinhos.
Pus o brilhantismo entre aspas porque, na condição de néscia do mundo sommelier, estou acostumada demais a pensar em varietais para pensar nos moldes do Velho Mundo.
Depois, Roberto Freire. O libertário, o amoroso, o terapeuta. O autor dos máximos "Sem tesão não há solução" e "Ame e dê vexame".
Que pena.

domingo, 25 de maio de 2008

Give peace a chance

Quando eu digo que só quero ficar em paz, é só isso mesmo.
Aí vem o Personare e me arrasa com suas cartinhas:

Carta do dia: A Sacerdotisa
Reflexão e ponderação: o melhor caminho
A Sacerdotisa, arcano II do Tarot, emerge como carta de aconselhamento para este momento de sua vida, Luciana. A recomendação aqui é simples, direta e clara: quietude, contemplação, espera. A planta não brota mais rápido por conta do nosso bel prazer e sim por conta de suas reais e naturais necessidades. Não tente precipitar o que demanda tempo, saiba esperar o tempo certo. Procure se voltar para dentro de si e buscar em seu próprio interior as respostas de que tanto necessita. Forçar os acontecimentos externos agora pode ser frustrante, pois o momento envolve a necessidade de introspecção reflexiva.
Conselho: Volte-se mais para dentro de si. O momento não é para ações exteriores.

***
Um sonho. Vários sonhos.
Primeiro estou numa espécie de competição, um video-game, com gente que não vejo há mais de dez anos. Colegas de escola que seria incapaz de reconhecer na rua hoje em dia.
Correndo, entrando em piscinas, jogando vôlei, andando em montanhas-russas.
Depois tudo some, e estou numa casa que conheço bem.
Alguns membros da família junto.
Um labrador preto bobão chamado Scooby.
E uma cobra, uma serpente enorme, verde e amarela, passeia pela casa, se esconde pelos cantos, vagueia na sombra enquanto eu, no pânico habitual que dedico aos répteis e anfíbios, contenho o grito. E peço que pelo amor de Deus alguém pegue este bicho e tire de perto de mim.
E ela se arrasta pelos cômodos.
E eu percebo que é um sonho antes que ela morra.
Depois estou na cozinha da casa, e minha tia frita pastéis com salsinha.
E acordo pela terceira vez na manhã com a cabeça pesada, os seios da face inchados, o espirro iminente, a garganta coçando. E nenhum descongestionante pra permitir que o ar entre pelo nariz.
Acordo pensando nas quatorze mil tarefas que preciso executar nessa semana, de preferência entre amanhã e terça. Andar meia cidade. Dois bancos. Contas atrasadas. Catar meu dinheiro que sumiu. Se a tpm ajudar, pôr em dia o raio da depilação (affe mulherzices). Tudo isso contando que vou conseguir acordar para aproveitar o horário comercial ao máximo (sim, isso foi uma piada, é pra rir agora).
Agora me contem se não é pra pedir socorro, parem o mundo que quero descer, depois disso tudo.

Nymphomaniac fantasia

Me pareceu muito apropriada.

The scent of a woman was not mine...

Welcome home darling
Did you miss me?
Wish to dwell in dear love?

Touch my milklike skin
Feel the ocean
Lick my deepest
Hear the starry choir

Rip off this lace
That keeps me imprisoned
But beware of the enchantment
For my eroticism is oblivion

Old love lies deep you said
Deeper shall be the wound between your legs

Smells like teen spirit

"Porque você é linda, inteligente, gostosa, tesuda (sim, eu tenho o maior tesão por você)... você é tudo de bom que se pode esperar duma mulher. Mas acima de tudo isso, você tem esse cheiro. De gente. Tipo, o metrô tem cheiro de povo, mas você tem esse cheiro forte de gente que não sai de mim. Seu cheiro está impregnado em mim. Não é o shampoo, não é perfume. É seu, isso. Esse cheiro que eu nunca esqueço."

Ouça isso sem chorar e ganhe um brinde.

***
Detalhe interessante: as cattleyas labiatas também têm um perfume característico.

sábado, 24 de maio de 2008

In the flesh?

Oh céus. Jesus, toma conta deste corpinho.
Flesh is weak.
A minha, então, se desmancha. Pelo tapete. Correndo atrás daquelas esmeraldas emolduradas de azul.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Tele-fome

Uma da manhã, a CTU é convocada aqui em casa.
- Diz pra mim que tu tá aqui.
- Não, voltei já tem dez dias.
- Não acredito. Quer dizer que estamos a dois mil quilômetros um do outro?
- Quase. Mil e quinhentos.
- E agora, o que é que eu vou fazer?
(sugestão? pega um avião e vem, oras)
- Pois é... que peninha...
- Quando é que tu vem?
- Não sei.
- A gente não vai pro Rio, vai pra uma cidade aí perto. Dependendo eu vou aí te ver.
(já acendi a vela aqui, honey. brabo vai ser conter o fã-clube)

Coisa de maluco

- Tô aqui vendo apartamentos...
- Fala depois com meu agente os que você gostou e ele me passa.
- Por que com o teu agente? Não era melhor a gente discutir isso juntos?
- Prefiro não pensar nessas bobagens. Sua casa nas Bahamas tá foda. O castelo na França tava pronto, não sei que merda você foi ver nas Bahamas.
- Eu não gosto daquela parte da França, tu sabe. Que mania de querer morar no sul.
- Oh, o jardineiro de Bahamas já está contratado também. Aquele moreno de olhos verdes que você gostou tanto não sei porque, mas contratei. Ele também é personal trainer que fiquei sabendo.
- Tá bom. Tô precisando duma ginástica mesmo.
- Meu jatinho já está aterrissando, falo com você da limousine.

domingo, 18 de maio de 2008

Red red wine

Mais uma vez, Carpinejar mata a cobra e mostra o pau.

O conhecimento muda a bebida.
Descobrir o que aconteceu na safra daquele vinho, a maturação da uva, a influência do sol, se as chuvas não vieram atrapalhar o ápice do verão, como ele foi feito, o quanto é complicado encontrá-lo despertará a língua vadia do desejo.
Não será mais um vinho, não será mais uma noite, será um nome acordado. Ficará encorpado de memória.
Só se toma um vinho rápido quem não o conhece.

É uma metáfora e não é.
Minha mãe já me disse que nunca mais vai conseguir olhar pro vinho do mesmo jeito depois que eu contei a historia da Carmenère.
O mesmo pode ser feito comigo, contigo, com todo mundo.
Não é o tempo de convivência que faz o cuidado com que se frui o outro. Aprendi isso na carne, nesse retorno de Saturno, nesse fim de inferno astral. Enquanto que fui vinho rápido para uns, outros (parecem) querer conhecer, desfrutar, entender a história. Por mais vadio que seja esse desejo, ainda assim é um desejo genuíno, não um ensaio de sinceridade.
(Amen)

Lições de arquitetura

Tava ali na cama entregue a uma das minhas célebres manias (a saber: deixar a tevê no mudo enquanto faço outra coisa; naquele momento, a "outra coisa" tinha mais de 400 páginas e atendia por "O Amor nos Tempos do Cólera") quando me dou conta de que tem algo errado.
A tevê não está muda. Ou melhor, a minha está. Mas alguma outra não está.
Eu estou ouvindo perfeitamente o Haley Joel Osment dizendo pro Bruce Willis "eu vejo gente morta" (ai que horror que eu tenho de dublagem).
O som não vem da minha tevê, e sim da do vizinho. Da vizinha, pra ser mais exata, cuja tevê fica precisamente atrás da minha cama. E em se tratando de uma vizinha tipicamente velhinha de Copacabana, dá pra desconfiar que a audição dela não é lá uma Brastemp. E eu que ouça a programação da Globo até as duas da manhã, com a Marjorie Estiano no Altas Horas e sabe Deus mais o quê. Por sorte, ontem não era nenhuma vigília dos 318, ou algo que o valesse.
Maravilhas da arquitetura moderna: a gente ganha um vizinho e de brinde uma caixa acústica.

Honey, honey

Da série "Caçadores de mitos culinários":
aquela história de que mel não deteriora é balela.
Acabo de precisar pôr fora quase meio quilo de mel colonial porque MOFOU.

***
(pop-up de utilidade pública: com a aprovação da uniformização do português, aquele "pôr" ali em cima ainda vai ter acento ou não?)

sábado, 17 de maio de 2008

Johnny B. Goode

OH CÉUS.
Mal comecei a pensar em ir em dois shows, aparece um terceiro ainda mais imperdível.
Chuck Berry em carne, osso e rock'n'roll.
Benzadeus.

Wherever you will go

Ai, ai, ai
The Calling no Vivo Rio, 25 de junho.
É a temporada dos meus caraminguás voarem do bolso se aproximando.

Mantenha a dúvida

Ou não, oh doce dúvida:
Amor nos Tempos do Cólera, O Perfume, O Amor Esquece de Começar, Amor em Miniatura, Crepúsculo, D. Pedro II ou Dom João Carioca?
Todos eles me aguardam ali, na cama.

Satch Boogie

Joe Satriani dia 31 de julho no quelque-chose hall:
I'll be there.
Por favor, me ajudem a não esquecer e fazer que nem da vez que o G3 veio e eu estava em Poa... dã.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Desabafo

Regra número um: nunca enfureça uma taurina. Muito menos se ela estiver no retorno de Saturno.
Como diria Tati Bernardi, pior do que uma mulher que pensa é uma mulher que escreve.
Porque aí ela escreve, manda por e-mail pras amigas antes de mandar pro destinatário da missiva e, pro grand finale, ainda posta no blog.

Porque esse papinho entrecortado de msn está me cansando.
Porque o papinho de "amiga", vamos combinar, é conversa pra boi dormir - pelo menos ele, já que eu não durmo.
Ou tu diz as pérolas "tu sabe que eu te quero" e "química não é matemática" pra todas as tuas amigas? Se for esse o caso, sorry honey, mas entrou pro top 5 da canalhice.
Sei lá o que me deu, surtei, enlouqueci: achei que 11 anos tivessem passado e algo tivesse mudado. Mas não. Mais um erro crasso de avaliação. A tua conduta comigo foi rigorosamente igual, feito máquina do tempo retrocedendo a 97. Incapaz de olhar pra além do próprio umbigo, pra ti a minha questão era "esse cara vai me comer ou não". Na verdade, minha questão sempre foi "que merda de história é essa da qual eu não me livro em definitivo nunca".
Eu sei que não sou uma qualquer, não precisava me dizer. Mas tu entrou no rol dos só mais um que faz bobagem. Não tem problema. Como boa "amiga" que sou, vou saber passar por cima disso, como fiz há onze anos. Mas dessa vez incluo a decepção de ter errado ao não manter o "e se" pro resto da vida.