sexta-feira, 30 de maio de 2008

I want your sex

Affe.
Não estou me contendo. Dia 6 não chega nunca... mas elas estão por toda parte. Carrie já foi até decapitada num outdoor por aí e ainda estamos a sete dias da estréia de "Sex and the City".
O que não faz um trailer na vida duma pessoa. Estou salivando.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sad but true

Trinta pontos na Escala de Hamilton, três caixas de verotina, uma bela duma mijada.
O pior não é isso: é o aparente desdém com que as pessoas te enxergam.
Hoje já virei cocainômana, ninfomaníaca exibicionista, farrista desenfreada. Depende de quem fala.
E o fato de nunca ter tido um diagnóstico de câncer aparentemente me livra de saber o que é sofrimento de verdade. O fato de ter me separado com "apenas" cinco anos de casamento e não com vinte, pelo visto, me faz provar apenas da pontinha do iceberg chamado trauma. Ser jovem, "inteligente" e "bonita" me priva de sentir o real amargor da tristeza - afinal, vai ser triste por quê?
Vai ver eu é que sou louca e estou só cansadinha de brincar de casinha longe da mamãe, mesmo.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Poço

Às vezes eu me pego falando com a sarjeta
Sarjeta fala comigo
Difícil é enxergar o fundo do poço

Fica fácil quando a gente pensa que ligou pro trabalho avisando que não ia trabalhar e era só um sonho.

Now I think I know
What you tried to say to me
And how you suffered for your sanity
And how you tried to set them free
They would not listen
They're not listening still
Perhaps they never will...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Is there anybody out there?

Pois acordei das trevas do sono vespertino com a absoluta certeza de que tinha.
Tanto que levantei murmurando, perguntando se tinha alguém aí.

Brasil

Mostra a tua cara

Até que demorou pro Rio me mostrar a cara que mostra no noticiário todos os dias.
Ou eu muito me engano ou aquilo que estava ouvindo há meia hora era um belo dum tiroteio, nalgum destes morros que cercam Copacabana, compondo a sinfonia matutina junto com as crianças da escola aqui do lado.
Mas como tudo tem seu lado bom, foi por conta desse evento que levantei da cama, a despeito da minha dor de cabeça costumeira desta época do mês e da total falta de energia para qualquer coisa que envolva movimentos além da rotação sobre os lençóis. Pena que até agora não achei em nenhum noticiário a origem real dos estalinhos.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

El amor después del amor

Esse Gabo, vou te dizer...
bem que desconfiei que não ia conseguir repetir o prodígio dos "Cem Anos de Solidão", que literalmente me embasbacou, mas este "Amor nos Tempos do Cólera" tem seus momentos memoráveis. Entre eles:
"[...] quando uma mulher resolve dormir com um homem não há barreira que não salte, nem fortaleza que não derrube, nem consideração moral nenhuma que não esteja disposta a varar de lado a lado: não há Deus que valha."

E lá vem ele, de novo. Carpinejar, disparado o autor que mais aparece por estes posts. Agora, no entanto, vem do livro "O amor esquece de começar":
"Quem cuida de gato ama a sua solidão. O felino fica quieto pela casa, como um ruído do osso, um ruído interno do corpo. Enovelado em suas memórias fundas, tão fundas que requer concentração para subi-las. Flor assustada, jardim móvel. Nem com um nome ele se torna doméstico. Confidente que censura com compaixão, que compreende com piedade. Não é um animal que tosse; no máximo, espirra. Seus olhos claros, pirilampos dentro de um pote. A plumagem clara ou escura nasceu como ouvido da noite. Sua superação é beleza."

E a sensacional:
"A ex-casada encarnará as obrigações, não usará desculpas pessoais para se livrar da rotina.
Provará que pode se virar sozinha.
Aliás, como sempre."

Sleepwalk

Eram seis e meia e o dia começava a clarear por entre as frestas da cortina quando desisti de tentar dormir, tarefa na qual estava empenhada há exatas sete horas.
Não houve nada - nenhuma posição, nem a cantilena monocórdia do ventilador, nhóim-nhóim-nhóim, nem o leite às cinco da manhã - capaz de me atirar nos braços de Morpheus. Nem as quase duzentas páginas de boa literatura, nem o alongamento, nem o relaxamento, muito menos o Serenus ou o Dorflex. Nada, nada foi o suficiente pra me tirar do estado de alerta em que me encontro neste momento, chocada com a capacidade de desconforto que é possível ocorrer numa só noite a um ser humano.
Polianamente pensando, existem boas chances de eu conseguir fazer tudo o que preciso hoje. Isso, é claro, se o cansaço não vier dar as caras lá pelo meio da manhã, me submetendo aos já vexatórios episódios de bater cabeça no computador ou cochilar no canto do café, enquanto o resto do povo trabalha e eu seguro o celular com o despertador ligado pra dali a dez minutos.

Nenhum Roberto

Duas perdas, dois Robertos cintilando em algum lugar.
Primeiro, Robert Mondavi. O papa do vinho californiano foi quem teve a "brilhante" idéia de colocar a variedade de uva nos rótulos dos vinhos.
Pus o brilhantismo entre aspas porque, na condição de néscia do mundo sommelier, estou acostumada demais a pensar em varietais para pensar nos moldes do Velho Mundo.
Depois, Roberto Freire. O libertário, o amoroso, o terapeuta. O autor dos máximos "Sem tesão não há solução" e "Ame e dê vexame".
Que pena.

domingo, 25 de maio de 2008

Give peace a chance

Quando eu digo que só quero ficar em paz, é só isso mesmo.
Aí vem o Personare e me arrasa com suas cartinhas:

Carta do dia: A Sacerdotisa
Reflexão e ponderação: o melhor caminho
A Sacerdotisa, arcano II do Tarot, emerge como carta de aconselhamento para este momento de sua vida, Luciana. A recomendação aqui é simples, direta e clara: quietude, contemplação, espera. A planta não brota mais rápido por conta do nosso bel prazer e sim por conta de suas reais e naturais necessidades. Não tente precipitar o que demanda tempo, saiba esperar o tempo certo. Procure se voltar para dentro de si e buscar em seu próprio interior as respostas de que tanto necessita. Forçar os acontecimentos externos agora pode ser frustrante, pois o momento envolve a necessidade de introspecção reflexiva.
Conselho: Volte-se mais para dentro de si. O momento não é para ações exteriores.

***
Um sonho. Vários sonhos.
Primeiro estou numa espécie de competição, um video-game, com gente que não vejo há mais de dez anos. Colegas de escola que seria incapaz de reconhecer na rua hoje em dia.
Correndo, entrando em piscinas, jogando vôlei, andando em montanhas-russas.
Depois tudo some, e estou numa casa que conheço bem.
Alguns membros da família junto.
Um labrador preto bobão chamado Scooby.
E uma cobra, uma serpente enorme, verde e amarela, passeia pela casa, se esconde pelos cantos, vagueia na sombra enquanto eu, no pânico habitual que dedico aos répteis e anfíbios, contenho o grito. E peço que pelo amor de Deus alguém pegue este bicho e tire de perto de mim.
E ela se arrasta pelos cômodos.
E eu percebo que é um sonho antes que ela morra.
Depois estou na cozinha da casa, e minha tia frita pastéis com salsinha.
E acordo pela terceira vez na manhã com a cabeça pesada, os seios da face inchados, o espirro iminente, a garganta coçando. E nenhum descongestionante pra permitir que o ar entre pelo nariz.
Acordo pensando nas quatorze mil tarefas que preciso executar nessa semana, de preferência entre amanhã e terça. Andar meia cidade. Dois bancos. Contas atrasadas. Catar meu dinheiro que sumiu. Se a tpm ajudar, pôr em dia o raio da depilação (affe mulherzices). Tudo isso contando que vou conseguir acordar para aproveitar o horário comercial ao máximo (sim, isso foi uma piada, é pra rir agora).
Agora me contem se não é pra pedir socorro, parem o mundo que quero descer, depois disso tudo.

Nymphomaniac fantasia

Me pareceu muito apropriada.

The scent of a woman was not mine...

Welcome home darling
Did you miss me?
Wish to dwell in dear love?

Touch my milklike skin
Feel the ocean
Lick my deepest
Hear the starry choir

Rip off this lace
That keeps me imprisoned
But beware of the enchantment
For my eroticism is oblivion

Old love lies deep you said
Deeper shall be the wound between your legs

Smells like teen spirit

"Porque você é linda, inteligente, gostosa, tesuda (sim, eu tenho o maior tesão por você)... você é tudo de bom que se pode esperar duma mulher. Mas acima de tudo isso, você tem esse cheiro. De gente. Tipo, o metrô tem cheiro de povo, mas você tem esse cheiro forte de gente que não sai de mim. Seu cheiro está impregnado em mim. Não é o shampoo, não é perfume. É seu, isso. Esse cheiro que eu nunca esqueço."

Ouça isso sem chorar e ganhe um brinde.

***
Detalhe interessante: as cattleyas labiatas também têm um perfume característico.

sábado, 24 de maio de 2008

In the flesh?

Oh céus. Jesus, toma conta deste corpinho.
Flesh is weak.
A minha, então, se desmancha. Pelo tapete. Correndo atrás daquelas esmeraldas emolduradas de azul.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Tele-fome

Uma da manhã, a CTU é convocada aqui em casa.
- Diz pra mim que tu tá aqui.
- Não, voltei já tem dez dias.
- Não acredito. Quer dizer que estamos a dois mil quilômetros um do outro?
- Quase. Mil e quinhentos.
- E agora, o que é que eu vou fazer?
(sugestão? pega um avião e vem, oras)
- Pois é... que peninha...
- Quando é que tu vem?
- Não sei.
- A gente não vai pro Rio, vai pra uma cidade aí perto. Dependendo eu vou aí te ver.
(já acendi a vela aqui, honey. brabo vai ser conter o fã-clube)

Coisa de maluco

- Tô aqui vendo apartamentos...
- Fala depois com meu agente os que você gostou e ele me passa.
- Por que com o teu agente? Não era melhor a gente discutir isso juntos?
- Prefiro não pensar nessas bobagens. Sua casa nas Bahamas tá foda. O castelo na França tava pronto, não sei que merda você foi ver nas Bahamas.
- Eu não gosto daquela parte da França, tu sabe. Que mania de querer morar no sul.
- Oh, o jardineiro de Bahamas já está contratado também. Aquele moreno de olhos verdes que você gostou tanto não sei porque, mas contratei. Ele também é personal trainer que fiquei sabendo.
- Tá bom. Tô precisando duma ginástica mesmo.
- Meu jatinho já está aterrissando, falo com você da limousine.

domingo, 18 de maio de 2008

Red red wine

Mais uma vez, Carpinejar mata a cobra e mostra o pau.

O conhecimento muda a bebida.
Descobrir o que aconteceu na safra daquele vinho, a maturação da uva, a influência do sol, se as chuvas não vieram atrapalhar o ápice do verão, como ele foi feito, o quanto é complicado encontrá-lo despertará a língua vadia do desejo.
Não será mais um vinho, não será mais uma noite, será um nome acordado. Ficará encorpado de memória.
Só se toma um vinho rápido quem não o conhece.

É uma metáfora e não é.
Minha mãe já me disse que nunca mais vai conseguir olhar pro vinho do mesmo jeito depois que eu contei a historia da Carmenère.
O mesmo pode ser feito comigo, contigo, com todo mundo.
Não é o tempo de convivência que faz o cuidado com que se frui o outro. Aprendi isso na carne, nesse retorno de Saturno, nesse fim de inferno astral. Enquanto que fui vinho rápido para uns, outros (parecem) querer conhecer, desfrutar, entender a história. Por mais vadio que seja esse desejo, ainda assim é um desejo genuíno, não um ensaio de sinceridade.
(Amen)

Lições de arquitetura

Tava ali na cama entregue a uma das minhas célebres manias (a saber: deixar a tevê no mudo enquanto faço outra coisa; naquele momento, a "outra coisa" tinha mais de 400 páginas e atendia por "O Amor nos Tempos do Cólera") quando me dou conta de que tem algo errado.
A tevê não está muda. Ou melhor, a minha está. Mas alguma outra não está.
Eu estou ouvindo perfeitamente o Haley Joel Osment dizendo pro Bruce Willis "eu vejo gente morta" (ai que horror que eu tenho de dublagem).
O som não vem da minha tevê, e sim da do vizinho. Da vizinha, pra ser mais exata, cuja tevê fica precisamente atrás da minha cama. E em se tratando de uma vizinha tipicamente velhinha de Copacabana, dá pra desconfiar que a audição dela não é lá uma Brastemp. E eu que ouça a programação da Globo até as duas da manhã, com a Marjorie Estiano no Altas Horas e sabe Deus mais o quê. Por sorte, ontem não era nenhuma vigília dos 318, ou algo que o valesse.
Maravilhas da arquitetura moderna: a gente ganha um vizinho e de brinde uma caixa acústica.

Honey, honey

Da série "Caçadores de mitos culinários":
aquela história de que mel não deteriora é balela.
Acabo de precisar pôr fora quase meio quilo de mel colonial porque MOFOU.

***
(pop-up de utilidade pública: com a aprovação da uniformização do português, aquele "pôr" ali em cima ainda vai ter acento ou não?)

sábado, 17 de maio de 2008

Johnny B. Goode

OH CÉUS.
Mal comecei a pensar em ir em dois shows, aparece um terceiro ainda mais imperdível.
Chuck Berry em carne, osso e rock'n'roll.
Benzadeus.

Wherever you will go

Ai, ai, ai
The Calling no Vivo Rio, 25 de junho.
É a temporada dos meus caraminguás voarem do bolso se aproximando.

Mantenha a dúvida

Ou não, oh doce dúvida:
Amor nos Tempos do Cólera, O Perfume, O Amor Esquece de Começar, Amor em Miniatura, Crepúsculo, D. Pedro II ou Dom João Carioca?
Todos eles me aguardam ali, na cama.

Satch Boogie

Joe Satriani dia 31 de julho no quelque-chose hall:
I'll be there.
Por favor, me ajudem a não esquecer e fazer que nem da vez que o G3 veio e eu estava em Poa... dã.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Desabafo

Regra número um: nunca enfureça uma taurina. Muito menos se ela estiver no retorno de Saturno.
Como diria Tati Bernardi, pior do que uma mulher que pensa é uma mulher que escreve.
Porque aí ela escreve, manda por e-mail pras amigas antes de mandar pro destinatário da missiva e, pro grand finale, ainda posta no blog.

Porque esse papinho entrecortado de msn está me cansando.
Porque o papinho de "amiga", vamos combinar, é conversa pra boi dormir - pelo menos ele, já que eu não durmo.
Ou tu diz as pérolas "tu sabe que eu te quero" e "química não é matemática" pra todas as tuas amigas? Se for esse o caso, sorry honey, mas entrou pro top 5 da canalhice.
Sei lá o que me deu, surtei, enlouqueci: achei que 11 anos tivessem passado e algo tivesse mudado. Mas não. Mais um erro crasso de avaliação. A tua conduta comigo foi rigorosamente igual, feito máquina do tempo retrocedendo a 97. Incapaz de olhar pra além do próprio umbigo, pra ti a minha questão era "esse cara vai me comer ou não". Na verdade, minha questão sempre foi "que merda de história é essa da qual eu não me livro em definitivo nunca".
Eu sei que não sou uma qualquer, não precisava me dizer. Mas tu entrou no rol dos só mais um que faz bobagem. Não tem problema. Como boa "amiga" que sou, vou saber passar por cima disso, como fiz há onze anos. Mas dessa vez incluo a decepção de ter errado ao não manter o "e se" pro resto da vida.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Bad medicine

Antibiótico, descongestionante, combo intravenoso, yadda yadda.
Eu devia era ganhar cartão fidelidade da farmácia.

***
Não sei se é o silêncio externo ou a agitação interna o que me enlouquece mais ultimamente.
Tanto, tanto que nem escrevo. Não dá pra (se) organizar assim.

***
Mas sobrou lucidez pra separar um excerto do livro que me tem consumido ultimamente. O Passado. Tá lá, nas palavras de Alan Pauls, na boca de Sofía, na página 258 do calhamaço, marcado com minha bula do fortificante que de nada adiantou:

"Ninguém se separa, Rímini. As pessoas se abandonam. Essa é a verdade, a verdade verdadeira. O amor até pode ser recíproco, mas o fim do amor não, nunca. Os siameses se separam. Mas não se separam, tampouco: porque sozinhos não conseguem. Um terceiro precisa separá-los: um cirurgião, que corta pelo meio o órgão ou o membro ou a membrana que os une com um bisturi e derrama sangue e na maioria das vezes, diga-se de passagem, mata, mata um deles, pelo menos, e condena o outro, o sobrevivente, a uma espécie de luto eterno, porque a parte do corpo pela qual estava unido ao outro fica sensibilizada e dói, dói sempre, e se encarrega de lembrá-lo, sempre, de que não está nem nunca vai estar completo, que isso que lhe tiraram nunca mais poderá ter de novo."

***
E como só se funciona bem sob pressão nesta bodega, finalmente mandei imprimir e encadernar minha filha. Aos quarenta e sete do segundo tempo, ameaçando o grau, lá estão: cento e cinquenta páginas vezes sete cópias, quatro espirais, três brochuras com douração, duas cópias em cd e pronto, parto é finito e entremos na derradeira depressão, agora com a dissertação debaixo do braço enrolada em cueiros limpos e de fraldas trocadas.

Isn't she lovely

Not now, John.
Not anymore.

"E evola-se, cinza de um corpo esvaído de qualquer sentido"

***
Carpinejar, definitivo:
Amor não é unicamente química, é física. Dependemos de espaço.

Missing

Se até a Carol, que só passou dez dias lá, já sente saudade do povo do Sul, vou me permitir manifestar aqui também.
Affe como é bom ser menos complicado, menos marrento, mais friorento e com mais calor humano.

domingo, 11 de maio de 2008

Daniel na cova dos leões

Porque pra bom entendedor...

Tired of "me"

Yep.
Esse negócio de ir ao pampa e fazer festa ao invés de tirar férias dá uma canseira absurda.