segunda-feira, 29 de março de 2010

On melancholy hill

Eu digo: na vida a gente faz escolhas.
Mas será que eu fiz uma boa escolha?
Será que os Beatles é que estavam certos e eu faço errado há quase 30 anos?
Será que amor é tudo o que se precisa?
Eu montei uma semi-fortaleza. Uma fachada de sucesso escondendo um buraco no peito.
Who needs a heart when a heart can be broken?
Agora me parece tarde para voltar atrás.
É arcar com as consequências das escolhas. E engolir o choro, a mágoa, o fracasso e a rejeição.
E a fraqueza de não ter tentado mais, a burrice de não ter percebido a tempo, o peso de sentir-se só com a lembrança boa e a saudade.
Será que é errado doer por amores que tinham tudo pra dar certo e não deram?
Em que gaveta a gente guarda essa frustração? E o medo de não superar nunca? A memória que insiste em permanecer boa e o esquecimento do que foi determinantemente ruim?
E a dúvida de como seria se o tempo passasse e o palco fosse sempre o mesmo, com o mesmo elenco?
A indecisão entre expulsar o espólio ao lixo ou separar na pasta na pendências, esperando até que a morte os separe e o fim alivie a dor, amém.
Que fazer? Falar ou calar? Expor ou proteger? Invocar a outrora cumplicidade ou apelar para a indivisível dignidade de ser só?
Não existe mais purgatório porque viver já é pena o suficiente.

Love hurts

3:55.
Inútil negar.
Inútil fazer de conta que foi uma notícia normal. Não foi.
Não te quero mal nisso.
Só quero que... sei lá o que.
Não há como entender a dor.
Eu só queria entender por que nunca te fiz estar tão bem quanto te vi bem hoje.
Eu só queria entender por que não pudemos estar bem como estamos hoje.
Eu só queria agora, bêbada e infeliz, deitar no teu colo com teu cheiro bom e achar que a gente ia durar.
Mas são 4 horas da manhã de quarta.
Nada dura a essa hora.
Nem meu choro.
Só minha mágoa-sentimento-talvez-amor.
A gente nunca vai saber, não é?
Mas hoje doeu.
Ah, se doeu.