domingo, 22 de agosto de 2010

Wasting love

É como me sinto, com frequência cada vez maior.
Desperdiçando amor, carinho, afeto, atenção.
Exceto pelo amor profissional - e mesmo deste, já tive a vontade do desapego, do abandono.
Mas a vida fora dos livros é de sangue e de pó, e deles começo a me cansar um pouco. Pessoas são complicadas.
Acho que a próxima tatuagem vai ser uma frase. What do you want from me?
Pra que todo mundo saiba de cara que é melhor ser direto.
Essa coisa de não saber o que é que há, como é melhor agir... insegurança... indecisão... nada me agrada.
Prefiro os terrenos firmes, as respostas claras, as diferenças sinceras e os finais tristes, mas verdadeiros.

Sands are flowing and the lines are in your hand
In your eyes I see the hunger...


Por favor, não me torturem com enrolação.
Acabo enforcada na corda da diplomacia, presa nas ferragens da diversão, enfeitiçada pelas palavras doces.
Se não for pra me fazer bem, não me faça mal.
Porque um dia o universo conspira...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Rio 40 graus

Dia desses estava, pra variar, voltando do Galeão de táxi.
Vinte graus no Rio, muito mais ameno do que a Porto Alegre chuvosa e invernal que tinha deixado horas antes.
O taxista, me vendo tirar casacos e tal, comentou algo sobre o frio e eu disse que estava feliz por estar "quentinho". Ele quase freou junto com o "O QUE???"
Aí, o óbvio: "Mas você e gaúcha, claro que não vai sentir esse frio. Está aqui há quanto tempo?"
Já estou arredondando pra cima pra ver se param de me tratar como turista. Quase cinco anos. O óbvio II, a missão, que eu tão inocentemente esqueci: "Ah, então já é quase carioca".
Porra. Nem tão ao norte, nem tão ao sul, né?
"Não, por que seria? Estou tão bem sendo gaúcha que mora no Rio".
Pra que fui dizer isso?
Começou uma amena discussão que desembocou num "mas que preconceito seu, não querer ser quase carioca". Ao que repliquei com "preconceito é o de vocês, que querem que todo mundo seja carioca".
Silêncio no carro, graças aos deuses. O Rebouças estava chegando.
No final, o sujeito pediu desculpas pela "brincadeira" e tudo o mais. Mas, quer saber? Errada estou eu em achar que esta é uma postura fácil de entender. Oras, por que eu não quereria ser carioca, exigir meu crachá e andar ouvindo Rebolation? Mó orgulho.
Acompanhar múltiplas culturas, de países aparentemente tão diferentes, decididamente não é bolinho. Da próxima vez, vou responder simplesmente, "issaí, mermão".

domingo, 1 de agosto de 2010

Why can't we be together?

Eu gosto de estar junto. Gosto de "ser" junto.
Acho que a vida fica bem mais fácil com cúmplices.
Mas é uma operação tão difícil, essa, de achar cúmplices, que acho que o crime perfeito é mesmo estar satisfeito sozinho.