tag:blogger.com,1999:blog-45006279305597072582024-03-19T10:03:14.196-03:00La GalarinaPorque estar em análise pode prescindir de um analista.Unknownnoreply@blogger.comBlogger437125tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-12358448285958087322010-08-22T00:08:00.002-03:002010-08-22T00:22:13.977-03:00Wasting loveÉ como me sinto, com frequência cada vez maior.<br />Desperdiçando amor, carinho, afeto, atenção.<br />Exceto pelo amor profissional - e mesmo deste, já tive a vontade do desapego, do abandono.<br />Mas a vida fora dos livros é de sangue e de pó, e deles começo a me cansar um pouco. Pessoas são complicadas.<br />Acho que a próxima tatuagem vai ser uma frase. What do you want from me?<br />Pra que todo mundo saiba de cara que é melhor ser direto.<br />Essa coisa de não saber o que é que há, como é melhor agir... insegurança... indecisão... nada me agrada.<br />Prefiro os terrenos firmes, as respostas claras, as diferenças sinceras e os finais tristes, mas verdadeiros.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Sands are flowing and the lines are in your hand<br />In your eyes I see the hunger...</span><br /><br />Por favor, não me torturem com enrolação.<br />Acabo enforcada na corda da diplomacia, presa nas ferragens da diversão, enfeitiçada pelas palavras doces.<br />Se não for pra me fazer bem, não me faça mal.<br />Porque um dia o universo conspira...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-9769664000100522202010-08-16T00:16:00.002-03:002010-08-16T00:25:09.088-03:00Rio 40 grausDia desses estava, pra variar, voltando do Galeão de táxi.<br />Vinte graus no Rio, muito mais ameno do que a Porto Alegre chuvosa e invernal que tinha deixado horas antes.<br />O taxista, me vendo tirar casacos e tal, comentou algo sobre o frio e eu disse que estava feliz por estar "quentinho". Ele quase freou junto com o "O QUE???"<br />Aí, o óbvio: "Mas você e gaúcha, claro que não vai sentir esse frio. Está aqui há quanto tempo?"<br />Já estou arredondando pra cima pra ver se param de me tratar como turista. Quase cinco anos. O óbvio II, a missão, que eu tão inocentemente esqueci: "Ah, então já é quase carioca".<br />Porra. Nem tão ao norte, nem tão ao sul, né?<br />"Não, por que seria? Estou tão bem sendo gaúcha que mora no Rio".<br />Pra que fui dizer isso?<br />Começou uma amena discussão que desembocou num "mas que preconceito seu, não querer ser quase carioca". Ao que repliquei com "preconceito é o de vocês, que querem que todo mundo seja carioca".<br />Silêncio no carro, graças aos deuses. O Rebouças estava chegando.<br />No final, o sujeito pediu desculpas pela "brincadeira" e tudo o mais. Mas, quer saber? Errada estou eu em achar que esta é uma postura fácil de entender. Oras, por que eu não quereria ser carioca, exigir meu crachá e andar ouvindo Rebolation? Mó orgulho.<br />Acompanhar múltiplas culturas, de países aparentemente tão diferentes, decididamente não é bolinho. Da próxima vez, vou responder simplesmente, "issaí, mermão".Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-37448241038836218432010-08-01T20:34:00.002-03:002010-08-01T20:36:11.779-03:00Why can't we be together?Eu gosto de estar junto. Gosto de "ser" junto.<br />Acho que a vida fica bem mais fácil com cúmplices.<br />Mas é uma operação tão difícil, essa, de achar cúmplices, que acho que o crime perfeito é mesmo estar satisfeito sozinho.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-60471701483453586012010-06-07T01:14:00.002-03:002010-06-07T01:25:18.414-03:00Faltando um pedaçoO fato é que eu me apaixono com dificuldade pelas pessoas.<br />Só não desacredito totalmente das paixões à primeira vista porque já me aconteceu. Mas é raro.<br />Demorei muito pra me apaixonar depois da minha separação. Foi um processo muito, muito demorado espanar toda aquela poeira pra deixar o novo entrar. Acho que é porque a mesma dificuldade para apaixonar, e para a entrega, e para a descoberta, e para a convivência, aparece para o desapego.<br />Mas aconteceu.<br />E a mesma dificuldade vivo agora, para o desapego.<br />A essas alturas, tanto tempo passado, não sei se ainda é amor ou se é só mágoa, ressentimento, pena, saudade.<br />Sei que dói, e que estou novamente com um sentimento terrível, pesado, de destinar tanto afeto a quem não merece, ou não sabe o que fazer com isso. Sinto às vezes como se tivesse um papel pronto, de estar ao lado das pessoas em momentos ruins, para ajudá-las a passar por eles. E pronto. Como se não merecesse vê-las em seu melhor.<br />Vejo as razões de meus afetos bem, depois de mim. Vejo minhas sugestões postas em prática - as mesmas coisas que sugeri como melhorias, para ouvir que eram besteiras - com bons efeitos. Vejo gente bem disposta. E vejo que não mereci fruir dessa disposição.<br />E isso tudo me frustra e me dói.<br />Vejo as pessoas manterem em suas vidas presenças ruins. Gente que suga, que mente, que ri pelas costas, que trai. E não entendo. E aceito com dor ser enxotada, recolho meus cacos e retorno pra casa, tento me reconstruir mas sempre faltam pedaços...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-64265615596847880992010-05-21T23:57:00.002-03:002010-05-21T23:59:09.357-03:00This ain´t a love songMas esse é um post que copia uma declaração de amor, linda, linda.<br />É do Nicholson no "As good as it gets".<br /><br /><span style="font-style:italic;">I might be the only person on the face of the earth that knows you're the greatest woman alive. I might be the only one who appreciates how amazing you are in every single thing that you do, and how you are with Spencer, 'Spence'. And in every single thought that you have, and how you say what you mean, and how you almost always mean something that's all about being straight and good. I think most people miss that about you, and I watch them, wondering how they can watch you bring their food and clear their tables, and never get that they just met the greatest woman alive. And the fact that I get it makes me feel good, about me.</span><br /><br />Daí não sei, minha memorinha me trai, mas em algum ponto dessa cena ou do resto do filme, ele diz...<br /><br /><span style="font-style:italic;">I guess what I'm trying to say is... you make me want to be a better man.</span><br /><br />E pronto. Quem quer mais do que isso?Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-65352623166563231452010-05-18T20:08:00.001-03:002010-05-18T20:08:56.126-03:00Ezekiel 25:17<span style="font-style:italic;">There's a passage I got memorized, seems appropriate for this situation: Ezekiel 25:17. <br />"The path of the righteous man is beset on all sides by the inequities of the selfish and the tyranny of evil men. Blessed is he who, in the name of charity and good will, shepherds the weak through the valley of darkness, for he is truly his brother's keeper and the finder of lost children. And I will strike down upon thee with great vengeance and furious anger those who attempt to poison and destroy my brothers. And you will know my name is the Lord when I lay my vengeance upon thee!".</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-71834071543753946062010-05-17T05:42:00.003-03:002010-05-17T06:04:55.469-03:00Preciso te dizerE eu aqui, vinte pras seis da manhã, sem conseguir dormir, arruinando a segunda-feira.<br />Mas não tem ninguém pra se incomodar com um teclado furiosamente martelado a essa hora, então... nada como botar pra fora, não é mesmo?<br />Então vamos.<br />Apesar do kerb de aniversário ter sido ótimo - e espero que os que se fizeram presentes não se ofendam - o que a gente acaba sentindo mais são as ausências. E eu notei várias, neste ano.<br />E fiquei chateada, apesar de saber que isso é problema meu. Mas não consigo deixar de achar que é uma hipocrisia tremenda, além de uma óbvia falta de educação, ausentar-se de uma data destas na vida duma pessoa que a gente já disse que amava, ou já disse que era importante, ou qualquer merda dessas que só eu sou tola o suficiente pra acreditar, mesmo que faça um puta esforço pra levar na flauta.<br />No fundo, no fundo, estou é rezando pra que Belisama me dê a luz de uma vez, me tire desse túnel, ou me dê uma marretada na cabeça pra que eu esqueça desse povo. Qualquer coisa. Um cimentinho pro coração véio aqui, ou um procedimento do "Brilho eterno de uma mente sem lembranças", tão valendo. Novos amores não, obrigada.<br />Porque sentir falta dos outros é bem ruim, mas pior é saber que eles estão cagando pra isso.<br /><br />***<br />E não, não consigo parar de pensar em "O segredo dos seus olhos" quando penso em todas as coisas que se deixaram mal resolvidas pra mim. Porque não é possível que a coisa seja tão unívoca assim. E lá vou eu pra mais um spoiler...<br />... porque o filme diz basicamente que o grande lance é esperar, que um dia tudo se resolve. Nem que leve vinte e cinco anos...<br />e eu, que já andei vivendo umas coisas dessas, não sei se espero que o tempo seja bonzinho comigo e um dia finalmente apague tudo de mim, ou rezo pra que todo mundo se sinta como eu, quase tão prisioneira como na cela da condenação perpétua, aquela onde tanto prisioneiro quanto carcereiro estavam - para sempre ligados pelo destino, para sempre afastados pela mágoa.<br />Qual deles tinha a vida mais cheia de nada?<br />Da maioria dos ausentes, mantenho uma distância dolorosa, mas necessária. Auto-preservação, sabe como é? Da última vez que tentei fazer um mise-en-scène de amenidades foi um desastre. Voltei pra casa ferida de morte.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Eu sei, o coração perdoa<br />Mas não esquece à toa<br />O que eu não esquec</span>i<br /><br />Parece tudo revanchismo? Talvez. Talvez seja só o mal de se ter mil meios de topar com os outros nessa era de redes sociais. Pode ser também só uma nostalgia daninha que acomete os que tem dificuldades de esquecer. Talvez eu só esteja sofrendo de ataque de injustiça e queira algum tipo de reparação, nem que seja saber que os outros também sofrem. Mas eu acho que não queria isso, não. Não é o sofrimento dos outros que vai me trazer paz. Não quero celas perpétuas. Quero a liberdade de poder andar sem mochilas pretas nas costas... sem bagagem, sem dramas, sem histórias mal contadas.<br />São elas, as bandidas que me amarram na cadeira do computador enquanto o tempo era de sono.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-32201721786873179972010-05-17T01:37:00.003-03:002010-05-17T01:40:43.254-03:00Danke schoenDanke schoen, tantas coisas pra agradecer pela bela semana (extended) de aniversário que tive. Tantas coisas e tantas pessoas...<br />queria era ter paciência pra escrever. Mas na era do Twitter, os dedos mais rápidos do que o pensamento, 140 caracteres pra despejar sinteticamente o que há... acabei engolida por uma onda de certa melancolia. Talvez seja só a volta à realidade de estar de novo na cidade. Talvez seja só uma tpm. Talvez seja o rebote da alegria. Como saber?<br />Mas enfim. Quem viveu comigo, viveu. Quem não viveu, é porque não entendeu.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-44070795902620749712010-05-16T23:10:00.003-03:002010-05-16T23:18:14.264-03:00Cry wolfSegura, que esse é só um spoiler de "<a href="http://mmunequita.blogspot.com/">Mi Muñequita</a>", a peça da minha prima cujo impacto eu já destilei no Twitter.<br />Aí vai um pequeno continho de horror.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Era uma vez uma menina que morava com os lobos.<br />Sua mãe era uma loba. Seu pai, um lobo. Seus irmãos, lobos. Seus amigos, lobos.<br />E sua mãe a lambia e lhe dava banho, porque é assim que fazem os lobos.<br />O tempo passou, e a menina cresceu com sua família de lobos e seus amigos lobos.<br />E um dia, sua mãe loba começou a lamber-lhe e a morder-lhe, e a arrancar pedaços e expor seus ossos, porque a carne perto do osso é a mais saborosa.<br />Mas é assim que fazem os lobos</span>.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-15965828781264792512010-05-06T20:49:00.002-03:002010-05-06T20:55:59.361-03:00Young hearts run freeMe propus a ler um livro chamado "O estilo mafioso de gerenciar", escrito por um ex-chefão da Máfia, Michael Franzese. O livro todo é um amontoado de obviedades rasas, mas numa coisa o sujeito está absolutamente certo. Lá vai. Está na página 110:<br /><br />Há uma grande mentira na nossa sociedade hoje, uma mentira usada para alimentar nossos jovens em um esforço para evangelizar para a última religião de nossos dias - "a religião da autoestima". Eu visito escolas de Ensino Básico e Médio para falar com estudantes. Não sei quantas vezes já vi cartazes no auditório que dizem algo como: "Você pode ser o que quiser na vida." <span style="font-style:italic;">Besteira</span>. Simplesmente não é verdade. Se pudesse ter sido o que quisesse na vida, teria jogado nos Yankees. Mickey Mantle era meu ídolo. Mas havia um grande problema: eu era bom, claro, mas não <span style="font-style:italic;">tão</span> bom. Encher nossos jovens com falsas esperanças e objetivos irreais acabará fazendo muito mais dano à autoestima deles. Deveríamos encorajar as crianças a explorarem seus talentos individuais e desenvolver esses dons para a vocação futura deles.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-56493134481627907152010-03-29T01:38:00.002-03:002010-03-29T01:53:36.271-03:00On melancholy hillEu digo: na vida a gente faz escolhas.<br />Mas será que eu fiz uma boa escolha?<br />Será que os Beatles é que estavam certos e eu faço errado há quase 30 anos?<br />Será que amor é tudo o que se precisa?<br />Eu montei uma semi-fortaleza. Uma fachada de sucesso escondendo um buraco no peito.<br />Who needs a heart when a heart can be broken?<br />Agora me parece tarde para voltar atrás.<br />É arcar com as consequências das escolhas. E engolir o choro, a mágoa, o fracasso e a rejeição.<br />E a fraqueza de não ter tentado mais, a burrice de não ter percebido a tempo, o peso de sentir-se só com a lembrança boa e a saudade.<br />Será que é errado doer por amores que tinham tudo pra dar certo e não deram?<br />Em que gaveta a gente guarda essa frustração? E o medo de não superar nunca? A memória que insiste em permanecer boa e o esquecimento do que foi determinantemente ruim?<br />E a dúvida de como seria se o tempo passasse e o palco fosse sempre o mesmo, com o mesmo elenco?<br />A indecisão entre expulsar o espólio ao lixo ou separar na pasta na pendências, esperando até que a morte os separe e o fim alivie a dor, amém.<br />Que fazer? Falar ou calar? Expor ou proteger? Invocar a outrora cumplicidade ou apelar para a indivisível dignidade de ser só?<br />Não existe mais purgatório porque viver já é pena o suficiente.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-47199841468373693532010-03-29T01:33:00.002-03:002010-03-29T01:36:52.563-03:00Love hurts3:55.<br />Inútil negar.<br />Inútil fazer de conta que foi uma notícia normal. Não foi.<br />Não te quero mal nisso.<br />Só quero que... sei lá o que.<br />Não há como entender a dor.<br />Eu só queria entender por que nunca te fiz estar tão bem quanto te vi bem hoje.<br />Eu só queria entender por que não pudemos estar bem como estamos hoje.<br />Eu só queria agora, bêbada e infeliz, deitar no teu colo com teu cheiro bom e achar que a gente ia durar.<br />Mas são 4 horas da manhã de quarta.<br />Nada dura a essa hora.<br />Nem meu choro.<br />Só minha mágoa-sentimento-talvez-amor.<br />A gente nunca vai saber, não é?<br />Mas hoje doeu.<br />Ah, se doeu.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-34345431610771135152010-02-27T21:52:00.004-03:002010-02-27T22:05:00.440-03:00A minha almaIl y a toujours quelque chose d'absent qui me tourmente. (Claudel)<br /><br />Ando sentindo falta dum élan qualquer...<br />ou da calma sensação de sentir-se completo. Não inteiro, porque inteiros somos sempre - exceto se somos hipócritas, ou medíocres - mas completo.<br />Sinto falta de ter o coração cheio, esperançoso, desejoso. Sinto falta do desejo. Da vontade. Daquela coisa que tira a gente da cadeira e leva pro cabeleireiro e não ao supermercado, que gasta dinheiro no massoterapeuta ao invés de se auto-amassar desajeitadamente. Daquela espera ansiosa pelo dia, pela tarde, pela noite.<br />Ando sentindo falta de estar em paz sendo só. Um mês de calma doce e inesperada, de companhias adoráveis e de surpresas que essa capa de concreto já não achava serem possíveis acabou por escorraçar a paz que estava tão bem por aqui.<br />O problema é que sempre tem aquele coração imbecil de manteiga, que não apodrece nunca, o maldito. Ele não se acostuma, não cede, não concede, não abre exceção, não deixa o cimento entrar e aliviar o desconforto. Ele não endurece, não facilita.<br />Muito ruim ser instável para quem já foi completo.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-51165565978612060582010-02-12T22:37:00.003-02:002010-02-12T22:38:48.141-02:00Assim, assimFevereiro é assim, assim.<br />Todo fevereiro tem algo de esquisito no ar.<br />Sempre acontece alguma coisa, embora nem sempre esteja ventando como Ana Terra sempre notava.<br />Pois neste fevereiro sou eu quem estou assim, assim.<br />Me achando assim, assim.<br />Bem maisoumenos. Meio feinha, meio gordinha, meio sem-gracinha. Assim, assim.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-63437210746358372342010-01-25T23:32:00.001-02:002010-01-25T23:33:36.149-02:00Vida simplesTão bom voltar depois de um tempo e encontrar tudo tão diferente.<br />Tão bom saber que tudo pode ser bem simples assim...<br />Quando se quer, não precisa de drama.<br />Quando não se quer, paciência.<br />Tudo acaba se ajeitando, eu acho.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-91501914293315223502010-01-03T07:24:00.003-02:002010-01-03T07:32:58.603-02:00Bad romance<span style="font-style:italic;">Se todo alguém que ama<br />Ama pra ser correspondido<br />Se todo alguém que eu amo<br />É como amar a lua inacessível<br />É que eu não amo ninguém</span><br /><br />Tem aquele que pensa que arrasa batendo na minha porta às seis da manhã.<br />O segundo morre de saudades, e quer uma noite comigo.<br />Outro arde de paixão, conta as horas pra me ver, mas some dias a fio.<br />E temos ainda aquele mais tão-tão-distante que reino do Shrek.<br />Pirei eu, querendo mais do que isso?<br />Ou vai ver que é só isso mesmo, e que tem gente fadada a ligar pra meio mundo enquanto brinda sozinha.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-4529639181191714032010-01-03T07:11:00.002-02:002010-01-03T07:22:35.792-02:00No excuses<span style="font-style:italic;">Everyday it's something<br />Hits me all so cold<br />Find me sittin' by myself<br />No excuses, then I know</span><br /><br />Passei a vida toda me cobrando por conta de limites absurdos e exigências extravagantes. Era um tal de nada menos que o perfeito que acabou por me esgotar. E embora eu tenha consciência disso, ainda assim eventualmente o espírito de porco do perfeccionismo imbecil toma conta de mim e resolve acabar com a minha paz de ser humana.<br />No entanto, eu não quero mais fazer isso. Portanto, eu não quero ficar ruminando e sofrendo porque por um motivo, ou outro, ou uma conjunção deles, saí da casinha num Réveillon. Eu NÃO QUERO e NÃO VOU ficar pirando num episódio babaca muito ilustrativo do fato de ser NORMAL. No regrets, no excuses. Consideremos excesso de energia. Sal grosso demais no banho. Ou uma metáfora muito vívida para simplesmente apagar o que passou e zerar, reiniciar, começar de novo, um ano limpinho zerobala inteiro pela frente.<br />É por isso que adoro tanto morar sozinha: já me bastam meus dez dedos apontando para mim mesma quando merdas acontecem. É o que está escrito na porta do Inferno: às vezes dá merda!<br />Compreendido?Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-21901326469025500992010-01-03T05:03:00.003-02:002010-01-03T07:28:33.309-02:00Here comes trouble againUh-oh. Estou sentindo. Lá vem ele: o primeiro surto de sinceridade ferina do ano.<br /><br />E o petardo inicial tem destinatário certo: a Dell, cujos equipamentos custam uma fortuna e dão os doces de cara. Divido com a Microsoft, cujo Windows Vista é DISPARADO a pior coisa que já vi rodando num micro.<br /><br />De resto... continuo com uma transcrição. É do ano passado, mas o conteúdo ainda vale.<br /><br />And so this is Christmas<br />Então é isso?<br />É sentir-se exaurido na véspera do Natal e dormir horas a fio?<br />Aproximo-me do Zen que Caio F. defendia. Mas sinto cansaço mesmo nessa forma de vida.<br />Porque tudo demanda energia. Deitar-se em contato com os travesseiros é um exercício de percepção. São três ou quatro firmezas diferentes, cobertas por tecidos diferentes, tocando partes diferentes do corpo. E ainda há o corpo exposto, cujo ouvido conta calmamente as rotações do ventilador; esse mesmo que suavemente golpeia o flanco nu com sopros de fresco vento da madrugada.<br />Mas se as sensações se somam languidamente, na cabeça os pensamentos fervem.<br />Love is friendship set on fire.<br />Que tipo de fogo? Que tipo de amor se pode construir sem contato? Sem entendimento? Sem compreensão?<br />Como entender sem ver, sem tocar, sem sentir? Quanto trai um discurso? Quanto engana a (falta de) entonação na voz? Temo pelo futuro dos afetos explosivos, das paixões sem tempo de florescer, dos amores confinados ao toque dos teclados distantes.<br />O corpo fala. Mas como fazê-lo ouvir-se nessa época virtual?<br /><br />***<br /><br />Ok. Cinco da manhã, já vi Moonwalker (troféu tosqueira), já ouvi Gotan Project, já ri às pampas com bobajadas na Internê... agora é hora do bercinho. Rumino sinceridades, até amanhã.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-83368643595404631162009-12-22T23:11:00.000-02:002009-12-22T23:12:10.136-02:00Gato pretoGato preto em meu caminho.<br />A silhueta curva e elegante se move,<br />va-ga-ro-sa-men-te<br />e mostra o peito branco enquanto se coça na quina mais próxima.<br />Olho brilha, corpo se encolhe<br />quando vê a mão chegando.<br />Mas basta o primeiro toque<br />e o gato preto se derreteUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-15115937035253415562009-12-13T15:13:00.004-02:002009-12-13T15:24:40.756-02:00Here comes the rain againÉ, chove. Lá e cá.<br />E eu, nesta minha já costumeira falta de energia vital, nem saio da cama nem enfrento a água. Muito menos faço o que deveria: tentar tornar o lugar menos escancaradamente esperando uma invasão, alguém atrás dum corpo que abandonou a casa há muito tempo - porque de tudo, só falta o corpo. O abandono já está aqui, gritando em cada sapato fora do lugar, em cada canto vazio na geladeira, em cada peça de roupa que espera ir para o armário ou para uma sacola de caridade.<br />Nem de canetas convulsivas vive este espaço. Eu tento, mas elas caem, escorrem pelos dedos, recuam, escondem-se. O papel fica em branco. A tormenta está aqui dentro, mas não encontra a saída. <br />Antes da derrota definitiva, sobrou tempo para um último suspiro, ontem. Transcrevo:<br /><br />Não sei falar.<br />Sinto-me pouco à vontade, sinto-me pouco eloquente, confusa, impertinente, inadequada. Pouco objetiva. Tomando o tempo alheio.<br />E se, há tempos atrás, a relação profissional terapeuta/paciente me parecia violenta, hoje em dia me parece mais dolorosa.<br />Porque o terapeuta está lá para servir de espelho, um rebatedor do som de nossa voz. Não é o terapeuta que opera, é nosso cérebro trabalhando o estímulo auditivo por ele mesmo fabricado. E o recorrer ao terapeuta é o atestado triste de que não temos rebatedores civis aos nossos queixumes.<br />Eu não tenho, mesmo.<br />Esse mundo é uma droga e obriga as pessoas a horários insanos, vidas estranhas, regras demais ou a ausência delas. E eu, de meu lado, deixei uma parte de mim em algum lugar sem chance de recuperação.<br />De momento, sinto-me cansada da ilusão. Do calor macio e fugaz das pequenas alegrias. Sinto-me doente da mais profunda solidão. Da falta total de compreensão de qualquer movimento, ou da falta disso. Sinto-me enganada.<br />Traída por falsas paixões, desenganada por encontros fortuitos, acabada por discursos cínicos, calada por porções infindáveis de comida: feio falar de boca cheia, sobra mais silência a se ocupar com besteirol, politicagem e sordidez.<br />Mas um dia ainda faço uma boa escolha. Parto pra<br /><br />(e aqui a caneta falhou, caiu, rabiscou nada de útil, e caí numa mistura de choro cansado e sono abatendo)Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-59828452681292186792009-12-12T17:31:00.004-02:002009-12-13T15:25:47.182-02:00Sábado de solTeve? Não vi nada.<br />Depois de treze horas de desmaio ininterrupto, acordei com um calor do cão, fome, sede, uma tristeza fdp e meu nariz como se fosse sobrevivente da Guerra do Saco de Aspirador de Pó. E eu sem um antialérgico em casa.<br />Além disso, a casa em volta está quase querendo me expulsar por negligência. Só a tv ainda interfere em meu favor, alegando que todo dia eu olho pra ela um pouquinho. Senti-me culpada e fui conversar com a máquina de lavar, e estragar um pouco mais as unhas já descascadas na pia de louça suja.<br />De resto, continuo espirrando a cada dez segundos. É um indicador forte de que um segundo round vai bem, agora de barriguinha cheia com um pacote de bolachinhas de torta de limão e um copo de Nescau com leite em pó. Não me acordem se não for pra dizer que a humanidade acabou.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-45711932180263681032009-12-11T20:39:00.002-02:002009-12-11T21:02:17.996-02:00Refrão de boleroE o problema é só esse, Ana, é que a gente sai do restaurante remoendo tudo que ouviu a tarde inteira, e o choro que engoliu entre águas e vinhos tintos, e tudo que a gente pensou sobre o que já passou, e a conclusão definitiva: ninguém dessas vinte pessoas na mesa tem a menor noção do que se passa nesse triste e único coração.<br />É só isso, Ana: a vida só se dá pra quem se deu. E quem se dá, mais hora menos hora se depara com a vida se dando, a vida nua, crua, dura, chata, definitiva, implacável. A vida só se dá pra quem toma porrada.<br />A vida só se dá, Ana, pra quem aguenta ouvir numa mesa sobre uma história, sobre mil anos de história, e sobre herdeiros dessa história onde a gente já deveria se encaixar. A vida só de dá pra quem engole vinho tinto ao invés de engolir as lágrimas salgadas por não ser reconhecido, e lembra que tudo que anda bem não chama a atenção, e leva a indiferença como elogio, e ainda assim espera caninamente o dia em que um "que bacana" há de aparecer.<br />Ana, a vida só se dá pra quem se dá entre acordes de piano, um quarto de cauda tocado depois de salmões cortados com maestria, depois de aspargos bem feitos, de sushis montados e picanhas a 81 reais. Eu achava que era isso, pelo menos. Achava que a vida era algo vivido, sentido. Como quem sente acordes de um quarto de cauda enquanto curte os últimos goles do tinto do dia.<br />Mas com eles vêm umas certezas sombrias, de que nada adianta enquanto não se tiver um anestésico forte, um analgésico forte, ou uma ignorância basilar que nos prenda na felicidade suprema de tomar um sorvete sob o sol de Copacabana como se fosse a última coisa a fazer na face da terra.<br />A vida só lembra que se dá pra quem percorre um aterro inteiro num táxi, engolindo lágrimas e chuva, enquanto tudo que vem à memória evanesce num piscar de olhos - enquanto tudo que há sobre o que se sente desaparece, como tudo que é tátil, palpável, súbtil. A vida só se dá pra quem não pensa, não enxerga, não sente. A vida se dá, mas não pra quem pensa enquanto matuta o que vai escrever ou como vai tentar explicar pra quem a quilômetros está. Quem pensa, já não reproduz. Quem ouve, já não sente, não sabe.<br />A vida só se dá pra quem se deu.<br />Mas essa ordinária nunca acha que a gente se dá o suficiente.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-13572279672450179142009-12-10T22:24:00.003-02:002009-12-10T22:33:39.334-02:00Heart of glassChegou, chegou! Mal posso esperar para ler "The heart is a lonely hunter".<br /><br />***<br /><br />Aí a criatura vem aqui e posta um comentário anônimo lamentando um post aí debaixo. Respondo: não tenha pena, filho. Se tá com pena, é porque não me conhece. Ou não entendeu nada.<br /><br />***<br />E tô, mais uma vez, com vontade de reclamar pra fábrica que não pôs em mim nem um pinguinho de disposição política. Toda vez que preciso fazer um teatrinho desses é um suplício. Não nasci pra ser puxa-saco.<br />Mas verdade seja dita: gostei da minha árvore de natal nova.<br />Só meu estômago, cansado da luta que é fazer de conta que se diverte enquanto do lado de fora a vida não presta (parafraseando Leo Jaime), é que não curtiu muito o festerê. Empadinhas, pernil, brie, sanduichinhos... e uma mesa de doces que eu só mexi pra montar um prato lindo pra fotografar. Tudo isso de bobagem e eu chego em casa com fome. Ou será que era enjoo?Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-72045110700991314092009-12-10T22:21:00.002-02:002009-12-10T22:23:51.570-02:00Evil warningCarpinejar, meu ídolo, me explicando e me entendendo. Agora sei porque amo House e tenho essa cara de bebezinho até os quase trinta.<br /><br /><span style="font-style:italic;">O Humor do Fodido<br /><br />O mau humor é o melhor antídoto que existe. Nada como tomar o café da manhã com uma mulher irritada, ser passageiro de um motorista que vive reclamando do trânsito, conversar com um carrancudo que destila ódio para a classe política. São companhias estimulantes, afrodisíacas. Além de tudo, bem informadas. O pessimista é uma enciclopédia vendida de porta em porta. O otimista é que não lê jornal.<br />O otimista é frouxo, repete as mesmas frases evasivas e genéricas como “precisa acreditar” ou “tenha esperança”. O pessimista é pessoal, persuasivo, abrirá seus segredos com desembaraço. O otimista rende somente auto-ajuda. O pessimista proporciona alta literatura.<br />Guardo deslumbramento auditivo diante das pessoas que não respondem tudo bem no cumprimento. Enchem as vogais para declarar "tudo péssimo". Puxo a cadeira mais próxima e me sento com reverência porque percebo que descobri um corajoso no mundo, que vai se confessar com absoluta sinceridade, que tem vida própria e casa alugada.<br />O azedume é a inteligência em estado bruto. Aplaudo a loquacidade da tristeza. Desespero quando não fala é fatal. Desespero que esperneia é manso. Nunca fui de brigar, por exemplo, mas de espernear. Queria ser segurado pelos colegas antes de apanhar. Minha honra fez teatro na escola.<br />O mau humor do outro me deixa eufórico. Recebo uma sensação de paz que encontrei uma vez, ao soltar folhas de livro inédito no Rio Sena, apesar de não ter estado em Paris.<br />Do veneno alheio, surgirá sabedoria, ensinamento, conselhos. Quase uma aula de ecologia sentimental.<br />Orgulho-me desse humor muito brasileiro, incomparável. Daquele cara que deu tudo errado e ainda está achando graça. Sofreu enchente, deslizamento, seca, foi corneado e não se entrega. Não fechará o negócio, a cara, a amizade. É o que não tem motivos para rir e está rindo. Seu riso é perigoso. Seu riso é ofensivo. Seu riso é o caráter do pulmão.<br />Não confio em sujeito com felicidade de sobra. Será avarento e indiferente. Quem tem esconde. Unicamente peço dinheiro emprestado ao amigo que já faliu. É um pré-requisito que não costuma falhar.<br />Eu me interesso pela falta de explicação da alegria. Viva o humor do fodido. É o único que sobrevive às tragédias. Não ficará traumatizado, arrumará uma piada no acidente. Não ficará encastelado no quarto, pagará uma rodada ao pessoal do balcão.<br />A desgraça o torna generoso. Repentinamente natalino.<br />Meus grandes amigos estão cansados de recados, cada dia é um ultimato. Odeiam quando a atendente pergunta de onde são. Têm rancor por essa mania de rodoviária que atinge a maior parte das secretárias.<br />Meus grandes amigos são mórbidos. Compraram o jazigo na juventude. Os que pensam na morte cedo demoram a morrer. Preparam-se com tanta antecedência que perdem a hora.<br />A maldade preserva e o bem só traz rugas.<br />Posso garantir, todo santo estava acabado aos 40 anos.<br /></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4500627930559707258.post-26264787412529571592009-12-09T15:41:00.003-02:002009-12-09T15:48:14.399-02:00Vou de táxiEntro apressada no táxi, cumprimento o motorista, digo meu destino enquanto ele não diz uma palavra.<br />E meu olho pára no taxímetro em bandeira dois, às sete da noite.<br />"Bandeira dois?? Por quê?", perguntei, sem a menor hostilidade, só querendo saber mesmo.<br />"Porque a senhora se informe. Em dezembro é bandeira dois."<br />Engoli a malcriação do sujeito e fiquei quieta. Lembrei do meu horóscopo do dia, que dizia para aguardar que o momento certo chegaria com a certeza do que fazer.<br />Então ele falou de novo.<br />"A senhora não é daqui do Rio?"<br />"Não, mas já moro aqui tem quatro anos."<br />"Tem uma lei, não sei se é municipal ou nacional..."<br />Cortei: "MAS COM CERTEZA nacional não é."<br />"Bom. Então tem uma lei municipal que o prefeito assina todo ano que diz que os táxis usam bandeira 2 em dezembro."<br />Eis o momento certo. Respondi, seca: "É bom saber pra não usar mais táxi, não é?"<br />Ele calou-se para todo o sempre.<br /><br />E a título de curiosidade: a tal "lei municipal" é uma resolução da Secretaria Municipal de Transportes.Unknownnoreply@blogger.com0