Danke schoen, tantas coisas pra agradecer pela bela semana (extended) de aniversário que tive. Tantas coisas e tantas pessoas...
queria era ter paciência pra escrever. Mas na era do Twitter, os dedos mais rápidos do que o pensamento, 140 caracteres pra despejar sinteticamente o que há... acabei engolida por uma onda de certa melancolia. Talvez seja só a volta à realidade de estar de novo na cidade. Talvez seja só uma tpm. Talvez seja o rebote da alegria. Como saber?
Mas enfim. Quem viveu comigo, viveu. Quem não viveu, é porque não entendeu.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
domingo, 16 de maio de 2010
Cry wolf
Segura, que esse é só um spoiler de "Mi Muñequita", a peça da minha prima cujo impacto eu já destilei no Twitter.
Aí vai um pequeno continho de horror.
Era uma vez uma menina que morava com os lobos.
Sua mãe era uma loba. Seu pai, um lobo. Seus irmãos, lobos. Seus amigos, lobos.
E sua mãe a lambia e lhe dava banho, porque é assim que fazem os lobos.
O tempo passou, e a menina cresceu com sua família de lobos e seus amigos lobos.
E um dia, sua mãe loba começou a lamber-lhe e a morder-lhe, e a arrancar pedaços e expor seus ossos, porque a carne perto do osso é a mais saborosa.
Mas é assim que fazem os lobos.
Aí vai um pequeno continho de horror.
Era uma vez uma menina que morava com os lobos.
Sua mãe era uma loba. Seu pai, um lobo. Seus irmãos, lobos. Seus amigos, lobos.
E sua mãe a lambia e lhe dava banho, porque é assim que fazem os lobos.
O tempo passou, e a menina cresceu com sua família de lobos e seus amigos lobos.
E um dia, sua mãe loba começou a lamber-lhe e a morder-lhe, e a arrancar pedaços e expor seus ossos, porque a carne perto do osso é a mais saborosa.
Mas é assim que fazem os lobos.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Young hearts run free
Me propus a ler um livro chamado "O estilo mafioso de gerenciar", escrito por um ex-chefão da Máfia, Michael Franzese. O livro todo é um amontoado de obviedades rasas, mas numa coisa o sujeito está absolutamente certo. Lá vai. Está na página 110:
Há uma grande mentira na nossa sociedade hoje, uma mentira usada para alimentar nossos jovens em um esforço para evangelizar para a última religião de nossos dias - "a religião da autoestima". Eu visito escolas de Ensino Básico e Médio para falar com estudantes. Não sei quantas vezes já vi cartazes no auditório que dizem algo como: "Você pode ser o que quiser na vida." Besteira. Simplesmente não é verdade. Se pudesse ter sido o que quisesse na vida, teria jogado nos Yankees. Mickey Mantle era meu ídolo. Mas havia um grande problema: eu era bom, claro, mas não tão bom. Encher nossos jovens com falsas esperanças e objetivos irreais acabará fazendo muito mais dano à autoestima deles. Deveríamos encorajar as crianças a explorarem seus talentos individuais e desenvolver esses dons para a vocação futura deles.
Há uma grande mentira na nossa sociedade hoje, uma mentira usada para alimentar nossos jovens em um esforço para evangelizar para a última religião de nossos dias - "a religião da autoestima". Eu visito escolas de Ensino Básico e Médio para falar com estudantes. Não sei quantas vezes já vi cartazes no auditório que dizem algo como: "Você pode ser o que quiser na vida." Besteira. Simplesmente não é verdade. Se pudesse ter sido o que quisesse na vida, teria jogado nos Yankees. Mickey Mantle era meu ídolo. Mas havia um grande problema: eu era bom, claro, mas não tão bom. Encher nossos jovens com falsas esperanças e objetivos irreais acabará fazendo muito mais dano à autoestima deles. Deveríamos encorajar as crianças a explorarem seus talentos individuais e desenvolver esses dons para a vocação futura deles.
segunda-feira, 29 de março de 2010
On melancholy hill
Eu digo: na vida a gente faz escolhas.
Mas será que eu fiz uma boa escolha?
Será que os Beatles é que estavam certos e eu faço errado há quase 30 anos?
Será que amor é tudo o que se precisa?
Eu montei uma semi-fortaleza. Uma fachada de sucesso escondendo um buraco no peito.
Who needs a heart when a heart can be broken?
Agora me parece tarde para voltar atrás.
É arcar com as consequências das escolhas. E engolir o choro, a mágoa, o fracasso e a rejeição.
E a fraqueza de não ter tentado mais, a burrice de não ter percebido a tempo, o peso de sentir-se só com a lembrança boa e a saudade.
Será que é errado doer por amores que tinham tudo pra dar certo e não deram?
Em que gaveta a gente guarda essa frustração? E o medo de não superar nunca? A memória que insiste em permanecer boa e o esquecimento do que foi determinantemente ruim?
E a dúvida de como seria se o tempo passasse e o palco fosse sempre o mesmo, com o mesmo elenco?
A indecisão entre expulsar o espólio ao lixo ou separar na pasta na pendências, esperando até que a morte os separe e o fim alivie a dor, amém.
Que fazer? Falar ou calar? Expor ou proteger? Invocar a outrora cumplicidade ou apelar para a indivisível dignidade de ser só?
Não existe mais purgatório porque viver já é pena o suficiente.
Mas será que eu fiz uma boa escolha?
Será que os Beatles é que estavam certos e eu faço errado há quase 30 anos?
Será que amor é tudo o que se precisa?
Eu montei uma semi-fortaleza. Uma fachada de sucesso escondendo um buraco no peito.
Who needs a heart when a heart can be broken?
Agora me parece tarde para voltar atrás.
É arcar com as consequências das escolhas. E engolir o choro, a mágoa, o fracasso e a rejeição.
E a fraqueza de não ter tentado mais, a burrice de não ter percebido a tempo, o peso de sentir-se só com a lembrança boa e a saudade.
Será que é errado doer por amores que tinham tudo pra dar certo e não deram?
Em que gaveta a gente guarda essa frustração? E o medo de não superar nunca? A memória que insiste em permanecer boa e o esquecimento do que foi determinantemente ruim?
E a dúvida de como seria se o tempo passasse e o palco fosse sempre o mesmo, com o mesmo elenco?
A indecisão entre expulsar o espólio ao lixo ou separar na pasta na pendências, esperando até que a morte os separe e o fim alivie a dor, amém.
Que fazer? Falar ou calar? Expor ou proteger? Invocar a outrora cumplicidade ou apelar para a indivisível dignidade de ser só?
Não existe mais purgatório porque viver já é pena o suficiente.
Love hurts
3:55.
Inútil negar.
Inútil fazer de conta que foi uma notícia normal. Não foi.
Não te quero mal nisso.
Só quero que... sei lá o que.
Não há como entender a dor.
Eu só queria entender por que nunca te fiz estar tão bem quanto te vi bem hoje.
Eu só queria entender por que não pudemos estar bem como estamos hoje.
Eu só queria agora, bêbada e infeliz, deitar no teu colo com teu cheiro bom e achar que a gente ia durar.
Mas são 4 horas da manhã de quarta.
Nada dura a essa hora.
Nem meu choro.
Só minha mágoa-sentimento-talvez-amor.
A gente nunca vai saber, não é?
Mas hoje doeu.
Ah, se doeu.
Inútil negar.
Inútil fazer de conta que foi uma notícia normal. Não foi.
Não te quero mal nisso.
Só quero que... sei lá o que.
Não há como entender a dor.
Eu só queria entender por que nunca te fiz estar tão bem quanto te vi bem hoje.
Eu só queria entender por que não pudemos estar bem como estamos hoje.
Eu só queria agora, bêbada e infeliz, deitar no teu colo com teu cheiro bom e achar que a gente ia durar.
Mas são 4 horas da manhã de quarta.
Nada dura a essa hora.
Nem meu choro.
Só minha mágoa-sentimento-talvez-amor.
A gente nunca vai saber, não é?
Mas hoje doeu.
Ah, se doeu.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
A minha alma
Il y a toujours quelque chose d'absent qui me tourmente. (Claudel)
Ando sentindo falta dum élan qualquer...
ou da calma sensação de sentir-se completo. Não inteiro, porque inteiros somos sempre - exceto se somos hipócritas, ou medíocres - mas completo.
Sinto falta de ter o coração cheio, esperançoso, desejoso. Sinto falta do desejo. Da vontade. Daquela coisa que tira a gente da cadeira e leva pro cabeleireiro e não ao supermercado, que gasta dinheiro no massoterapeuta ao invés de se auto-amassar desajeitadamente. Daquela espera ansiosa pelo dia, pela tarde, pela noite.
Ando sentindo falta de estar em paz sendo só. Um mês de calma doce e inesperada, de companhias adoráveis e de surpresas que essa capa de concreto já não achava serem possíveis acabou por escorraçar a paz que estava tão bem por aqui.
O problema é que sempre tem aquele coração imbecil de manteiga, que não apodrece nunca, o maldito. Ele não se acostuma, não cede, não concede, não abre exceção, não deixa o cimento entrar e aliviar o desconforto. Ele não endurece, não facilita.
Muito ruim ser instável para quem já foi completo.
Ando sentindo falta dum élan qualquer...
ou da calma sensação de sentir-se completo. Não inteiro, porque inteiros somos sempre - exceto se somos hipócritas, ou medíocres - mas completo.
Sinto falta de ter o coração cheio, esperançoso, desejoso. Sinto falta do desejo. Da vontade. Daquela coisa que tira a gente da cadeira e leva pro cabeleireiro e não ao supermercado, que gasta dinheiro no massoterapeuta ao invés de se auto-amassar desajeitadamente. Daquela espera ansiosa pelo dia, pela tarde, pela noite.
Ando sentindo falta de estar em paz sendo só. Um mês de calma doce e inesperada, de companhias adoráveis e de surpresas que essa capa de concreto já não achava serem possíveis acabou por escorraçar a paz que estava tão bem por aqui.
O problema é que sempre tem aquele coração imbecil de manteiga, que não apodrece nunca, o maldito. Ele não se acostuma, não cede, não concede, não abre exceção, não deixa o cimento entrar e aliviar o desconforto. Ele não endurece, não facilita.
Muito ruim ser instável para quem já foi completo.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Assim, assim
Fevereiro é assim, assim.
Todo fevereiro tem algo de esquisito no ar.
Sempre acontece alguma coisa, embora nem sempre esteja ventando como Ana Terra sempre notava.
Pois neste fevereiro sou eu quem estou assim, assim.
Me achando assim, assim.
Bem maisoumenos. Meio feinha, meio gordinha, meio sem-gracinha. Assim, assim.
Todo fevereiro tem algo de esquisito no ar.
Sempre acontece alguma coisa, embora nem sempre esteja ventando como Ana Terra sempre notava.
Pois neste fevereiro sou eu quem estou assim, assim.
Me achando assim, assim.
Bem maisoumenos. Meio feinha, meio gordinha, meio sem-gracinha. Assim, assim.
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