Existe um certo prazer na imobilidade. A certeza de que o mundo não pára lá fora enquanto a gente, calma e meticulosamente, percorre conscientemente cada centímetro de contato entre a pele e os lençóis. A pele e os travesseiros. A pele e a brisa do ventilador. A pele e a luz e os olhos fechados. Os cheiros, os sons, os mini-sons no quase silêncio.
As pernas quase estendidas. A cabeça relaxada, descansando. Cabelos soltos, emoldurados pela fronha. Braços que abraçam a maciez, acolhem o cheiro, permitem o aconchego, assinalam o descompromisso. Nada se more do lado de dentro. Nada se move do lado de fora. A consciência é o corpo, frouxo, calmo, repousando.
O sono é quase paz. Profundo, longo e solitário. Uma trégua com o mundo, até que os sonhos despertem o corpo para a urgência da vida.
sábado, 28 de novembro de 2009
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