Sigo eu ladeira abaixo:
Tô saindo pro almoço, tudo molhado de chuva, e lá está ela caminhando na base da grade do jardim. Pequena e manhosa. E a única que aceita que eu chegue perto, dos vários irmãozinhos que ela tem morando por lá.
E ela começou a reclamar. Era fome, eu sabia. Com aquele tempo, provavelmente a senhora que deixa comida não deve ter aparecido. Ela chorou, reclamou, deu cabeçadinhas na minha mão, desceu do muro pra se esfregar nas minhas pernas.
Parou um sujeito, ficou ali admirando, comentou como são adoráveis e lindinhos. Parou uma colega, perguntou por que eu não a trazia pra casa.
Saí. Meu coração doendo e o olho cheio d´água.
Mas cuidei de salvar um micro-resto de carne do meu prato dentro de um guardanapo. Sabe aquela secreta esperança de reencontrar o cara lindo que a gente viu na esquina passada? Pois é.
Lá estava ela, paradinha e sozinha no mesmo lugar. Um raiozinho de sol na minha segunda cinzenta.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
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