... pra onde?
Pro imobilismo de sempre, só que agora numa cama em Porto Alegre?
Minha mãe se despediu dizendo que eu "continuasse ficando cada vez mais leve". Nos dois sentidos: do efeito anorexígeno que resolvi levar adiante e do humor.
Fluoxetina devia fazer parte do kit da Globo para atores iniciantes. Fica bem mais fácil fazer de conta que se está contente e dá pra rir bastante. No entanto, aquela partezinha racional que já foi indelevemente tocada pelo Schopenhauer, pelo Nietzsche e por toda mínima consciência da falta de sentido da vida continua aqui, maquinando, funcionando a pleno vapor, fazendo eco no oco do coração.
O problema, como já diria um grande amigo meu, é de dentro pra fora. A sabedoria popular já cristalizou isso na célebre "quem ama o feio, bonito lhe parece". Não é o mundo que nos seduz, é a gente que se deixa seduzir. Não é o céu que é mais azul, é o olho que baixou o filtro cinza. Aqui, já estou acariocando. Lá, nunca deixo de ser gaúcha.
A doçura nestes pagos acaba me destruindo e piorando minha equação já quase sem solução. Aqui, mais aberta e mais disposta, qualquer sorriso, qualquer promessa de acolhimento já me arrebata e me leva pra onde for. Lá, se virem nos 30, nos 60, no que quiserem: a esfinge permanece indecifrável.
Aqui, continuo divagando. Lá, nem às paredes confesso.
sábado, 15 de março de 2008
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