sábado, 29 de março de 2008

Blues in D flat

Showzinho do Blues Etílicos com direito a canja do Leo Gandelman.
Foi bom pra vocês também?

Call me when you're sober

Vou te dizer.
A pessoa não tem nem o direito de fazer merda depois de tomar uma garrafa de vinho, dois drinques de chocomenta, meio long island iced tea e quatro chopes sem ouvir uma DR básica.
Com direito a "você está me tirando do sério" e "faz quatro dias que só penso em você", pra terminar com a brilhante conclusão de que "quatro dias nadando no mar morto!"
E olha que nem foi uma graaaande merda. Foi só uma merdinha bem pequena.
Mas o dramalhão... ah, esse foi digno do Oscar. Se a Globo tivesse passado aqui na frente, já era.

quinta-feira, 27 de março de 2008

The way we walk

"Não é o que você vive, é o modo como escolhe viver".
É o clichê da hora dos Queridos Amigos, mas cai como uma luva no meu dia. Nos meus dias, aliás.

The sound of silence

Acho que nunca fiquei tanto tempo sem escrever aqui, desde que comecei.
Mas é só o silêncio ribombando aqui dentro, aí não tem palavra que se organize.

domingo, 23 de março de 2008

Light my fire

A frase é de outro filósofo do grupo, mas foi a Carol a responsável pelo perfeito timing da pérola, nestes dias de muito pensar e pouco escrever:

Nem sempre quem ilumina a vida dos outros tem luz própria.

Love is a losing game

Sei que estou devendo comentários acerca da temporada portoalegrense, mui linda, regada a chimas, muita cerveja e vinhos tintos das mais belas cepas mundo afora, molhos de mostarda e mel, churrascos e teorias, tudo sob as bênçãos de St. Patrick.
No entanto, o que ocupa minha mente agora é um trecho d'A Arte de Amar, do Manoel Bandeira, que serve para vários dos meus contextos:

As almas são incomunicáveis.
Deixe o teu corpo entender-se com outro corpo,
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Last tango in Paris

Pô, tava eu lá na minha tarefa inacabável de ruminar a memorabilia, devidamente acompanhada duma espumantezinha... e zap, na tela da tevê aparece um Marlon Brando novinho que me cheirou a Último Tango em Paris.
Oba, vamos ver se dessa vez não durmo na primeira meia hora e presto atenção suficiente pra ver a tale cena da manteiga.
Pensei que ia ver um descortinamento de erotismo, um troço assim de chamar a Samu, algo no mínimo digno de toda a polêmica.
Pf.
Expectativas demais dão dor de barriga...
mas se me serve de consolo, o final do filme é sensacional.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Not now John

[modo piada interna: on]

domingo, 16 de março de 2008

Polaroid

Sua vida não era mais sua vida
mas ela estava ok

Sinais de fumaça

Seja bem-vindo ao lar
eu tenho histórias pra te contar

sábado, 15 de março de 2008

Deixa a vida me levar

... pra onde?
Pro imobilismo de sempre, só que agora numa cama em Porto Alegre?
Minha mãe se despediu dizendo que eu "continuasse ficando cada vez mais leve". Nos dois sentidos: do efeito anorexígeno que resolvi levar adiante e do humor.
Fluoxetina devia fazer parte do kit da Globo para atores iniciantes. Fica bem mais fácil fazer de conta que se está contente e dá pra rir bastante. No entanto, aquela partezinha racional que já foi indelevemente tocada pelo Schopenhauer, pelo Nietzsche e por toda mínima consciência da falta de sentido da vida continua aqui, maquinando, funcionando a pleno vapor, fazendo eco no oco do coração.
O problema, como já diria um grande amigo meu, é de dentro pra fora. A sabedoria popular já cristalizou isso na célebre "quem ama o feio, bonito lhe parece". Não é o mundo que nos seduz, é a gente que se deixa seduzir. Não é o céu que é mais azul, é o olho que baixou o filtro cinza. Aqui, já estou acariocando. Lá, nunca deixo de ser gaúcha.
A doçura nestes pagos acaba me destruindo e piorando minha equação já quase sem solução. Aqui, mais aberta e mais disposta, qualquer sorriso, qualquer promessa de acolhimento já me arrebata e me leva pra onde for. Lá, se virem nos 30, nos 60, no que quiserem: a esfinge permanece indecifrável.
Aqui, continuo divagando. Lá, nem às paredes confesso.

Sweet Southern Comfort

Agora entendi por que é que a Janis estava sempre naquele estadinho.
O tal do Southern Comfort embriaga só pelo cheiro... pura doçura.
Fiquei pensando nas possibilidades do casamento com o Jack-Jack... tipo um Rusty Nail. Eu o batizaria Rusty Scratch. Que tal?

quinta-feira, 13 de março de 2008

These times

Durou pouco, a minha felicidade.
Hoje já estava novamente com o famigerado modelito panda debaixo dos olhos...

***
Porto Alegre é isso aí. Correria pra tudo que é lado, atrás de gente ou daquele tipo de cd que vira item alienígena acima do Mampituba. Dos três que estou caçando dessa vez, por enquanto fui feliz na busca de um só: "Blues Galore", do Solon Fishbone. À primeira audição, não chega nem perto do "Blues from Southlands", ou do "Heart and soul", mas pode ser só falta de atenção mesmo.
Só quero ver o dia em que embestar de completar a coleção do Vitor.

***
Mas broxa mesmo é quando a gente se empolga com uma pós-graduação e quase cai da cadeira ao descobrir que o preço do brinquedinho passa dos cinco dígitos - antes da vírgula, bem entendido.

***
Pouco mais de dois anos depois, cá estou novamente home alone.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Until it sleeps

Não sei se é o Rivotril fazendo efeito atrasado, os ares da área 51 ou o cheiro de mãe na cama - oh doce atavismo - mas, senhoras e senhores, depois de quatro meses... EU DORMI mais de quatro horas seguidas.

domingo, 9 de março de 2008

Lovers rock

Os leitores do falecido Boletim talvez lembrem dum texto sobre Touro que coloquei, extraído do "Use e Abuse do seu Signo". Lá dizia que o livro de cabeceira do bom taurino era "O Amante de Lady Chatterley", e eu não podia deixar de conferir.
De fato.
Aí vai apenas uma das pérolas. As sobre Lady Chatterley e Mellors ficam beeem melhores dentro do contexto.

"De nada adianta quereres sair da tua solidão. Tens de nela ficar toda a vida. O vácuo só desaparecerá momentaneamente, de tempos em tempos. De tempos em tempos! Mas é preciso esperar esses momentos. Aceita, pois, a tua própria solidão. E, do mesmo modo, aceita os momentos em que o vazio se encher, porque esses momentos virão. Mas é preciso que venham por si mesmos. Ninguém pode forçá-los a vir."

Hangar 18, area 51

Na adolescência eu tinha fissura por um jogo de fliperama chamado "Área 51". Matava aula com um amigo só pra ir gastar meu parco dinheirinho em fichinhas e ficar lá, pou, pou, pou, atirando em alienígenas invasores. A gente tinha até estratégia: eu sempre ficava do lado direito (ou esquerdo, agora não lembro mais), matava sempre os mesmos bichos, dava cobertura numa fase em que o lado do outro era mais ocupado... éramos um bom time. Nós contra os terríveis aliens. Ou eram zumbis?
Whatever. O que ocorre é que alguma parte de mim ficou presa nesse passado e não consegue sair da área 51. Meu coração, pra ser mais exata. Meu coração insiste em montar áreas 51 por onde eu for, só pra jogar fliperama contra zumbis que saem de baús do passado. Só que desta vez, não sou mais adolescente e não tenho armas, nem dessas ligadas por um fio a uma máquina arcade.
Pior é quando a área 51 não tem zumbis do passado, só os guardas que eu acabo matando sem querer. Ou será que são eles que me matam?

quinta-feira, 6 de março de 2008

Extraño

O que está me acontecendo, o que estou sentindo, o que estou pensando.
Tudo muito extraño.
Alguém desliga a ventoinha, faz favor?
Ou então me dá um bilhete pra máquina do tempo...

quarta-feira, 5 de março de 2008

Bruma

Diazinho galariníssimo, aquele de ontem.
Com direito a presentes, chopada, ressaca misturada com tdm, tudo junto.
E uma coleção de pérolas:

"- Tu anda fazendo esse estilo mulherão... tu não era assim.
- Vai ver que é porque eu tinha quatorze anos e agora não tenho mais, né?"

"- O que que é essa neblina aí?
- É maresia, porra!"

domingo, 2 de março de 2008

Champagne

Vou devolver meu diploma do curso básico da Associação Brasileira de Sommeliers.
Ainda sou incapaz de abrir um raio duma garrafa de espumante sem barulho!

Envelheço na cidade

Nunca pensei que minha sina
Fosse andar longe do pago

Lembro-me perfeitamente da anestesia que (não) senti há exatos dois anos. Era uma quinta-feira de cinzas e o Rio de Janeiro estava lindo, o sol cálido e a cidade toda acordando para o que era um ano começando - já que o ano começa sempre depois do Carnaval, não é mesmo? E eu nem sabia que tinha sido aniversário da cidade e que, portanto, era ano novo de vários jeitos.
Pra mim também começava outro ano. E outra vida.
Em Porto Alegre era um dia igualmente bonito. Ou não, não lembro bem. Embarquei cedo da manhã, trazendo duas malas e os olhos pesados. Tinha dormido mal e longe de casa, como durante as semanas precedentes.
Casa, aliás, foi só mais um dos conceitos que abandonei naquele fevereiro de 2006.
Mas recordo do sol que aquecia o Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara e sobre mim, alheia ao movimento do táxi pela Linha Vermelha, entrando no Rebouças, abrindo-se à Lagoa reluzente, procurando pelo edifício quase de esquina, Atlântica com Souza Lima. Entrei, olhei pela janela. A luz refletia todo o verdemar, todo o calçadão, todas as pessoas que podiam estar na praia àquela hora da manhã. Eram dez horas, talvez.
Fechei a janela, liguei o ar e dormi um sono ruim de boas-vindas.
Não creio que vá esquecer tão cedo aquelas sensações dos primeiros dias. Eram tantas, e tão inconstantes, e tão intensas, que não dá nem pra tentar descrever. Todos os passos que dei, Copacabana acima e abaixo, tentando acostumar os pés à pedra portuguesa e o pulmão à maresia constante.
Mas já faz dois anos. Eu sei que era hora de tentar guardar tudo no baú, mas ainda não deu. I wear it like a tattoo. E sigo, sobre-vivendo.

***
Se serve de consolo, hoje também faz um ano de um feliz reencontro.
Uma relação que precisou de um (grande) conflito para provar que era de verdade.
Daria pra citar miles de musiquinhas aqui, mas nesse momento só consigo pensar em Ben:
And you, my friend will see
You've got a friend in me

sábado, 1 de março de 2008

Cidade Maravilhosa

Parabéns, parabéns.
443 anos.
E obrigada por ter me acolhido há dois anos.
Mas daí a eu cantar loas e hinos de amor... vai uma loooonga distância.