terça-feira, 2 de setembro de 2008

Mais do mesmo

Toda noite é sempre igual.
Depois do banho, remédio já tomado, hidratante passado, cheiro de limpo e de cuidado no ar. Alongamento, relaxamento, o remédio supostamente fazendo efeito, desconcentrada demais para ler até mesmo Madame Bovary, o calor das cobertas, a fofura do travesseiro, as mãos quentes.
Mas os pés não obedecem, e continuam gelados. E até aquecê-los, nada de sono. Olho no relógio, e ele nunca está marcando menos do que 2:30.
Todo dia é sempre igual.
O despertador toca às 9, mas eu já estou acordada pela segunda vez, incapaz de me mover além de mudar o timer para as dez. Às dez, já tirei um cochilo (ou não), e troco o timer novamente para as onze. Os pés não obedecem, o resto do corpo também não. Às vezes, às onze sou capaz de me mover, mas às vezes não. Troco o timer para meio-dia. E ao meio-dia desisto, ligo para o trabalho e me preparo para o claro tom de decepção denunciando "de novo ela não vem".
Desligo o telefone e o timer e fico, prostrada, esperando que algum sopro de vida venha recolher este defunto insepulto para que o dia não seja de todo perdido.
Penso que é a lei da compensação. Passei três dias sendo sociável, indo a barzinhos, tomando chopinhos e sorvetes, frequentando feirinhas e mcdias felizes, e a energia pra isso obviamente não vem do nada. Mas não posso parar o mundo a cada três dias pra recarregar as baterias. Doutor, dê um jeito nisso, e rápido.

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