segunda-feira, 21 de setembro de 2009

For Emily, whenever I may find her

Não sou daquelas pessoas que vão levar grandes lições de vida e de moral do pai. Na verdade, nem tenho certeza se quem gostava de Simon e Garfunkel lá em casa era ele ou minha mãe. Mas não vem ao caso; só falei nisso porque quase desidratei hoje lendo o último livro do John Grogan, o pai do Marley, e é um livro de memórias principalmente sobre a relação dele com os pais. Também não sei se o cara é outro Markus Zuzak com pena mágica pra me fazer chorar ou eu é que estou mesmo totalmente fora de controle - o que é beeem mais provável, visto que são três e meia da manhã e estou aqui, fiscalizando os downloads e tentando instilar colírio nos olhos desconfortáveis de tão salgados pelo dia inteiro.
Mas o download que vim conferir é de uma música que por um desses estranhos desígnios sempre me foi muito cara. E diz Simon, o compositor, que não é sobre uma pessoa, mas sobre fé:

"For Emily, Whenever I May Find Her" is a song written by Paul Simon. It is the tenth track on Simon and Garfunkel's 1966 album by Parsley, Sage, Rosemary and Thyme, where it is sung by Art Garfunkel.
Paul Simon has said that the song is not about an imaginary girl Emily, but about a belief, while the song "Overs" (from the album Bookends) is about the loss of that belief.
(da Wikipedia)

Ocorre que eu nunca tinha ouvido falar desse álbum. Parsley, Sage, Rosemary and Thyme, ervas da feira de Scarborough. Mas ouvi muitas, muitas vezes, na minha pré-adolescência, Emily saindo das execuções do Greatest Hits, o vinil afanado na maior cara de pau pelo vizinho junto com tantos outros. E lembro-me perfeitamente que a versão do bolachão NÃO ERA ao vivo, ao contrário do que a própria Wikipedia diz. Sei disso porque também lembro da minha alegria ao encontrar o CD, muitos anos depois, e da decepção de ouvir aquelas palmas antes da música, sempre tão bucólica na voz pequena e suave de Art Garfunkel, ainda mais aquecida pelo barulhinho da agulha no vinil.
E só os deuses sabem o quanto eu penei pra achar a tal música, simplesmente por não ter procurado o disco original antes. Tá aqui. Três e meia da madrugada de segunda e estou novamente chorando com ela, que um youtubenauta classificou como uma das mais belas músicas que ele já tinha ouvido. Mas se puderem, ouçam a original. A diferença é quase nula, mas é enorme:

What a dream I had
Pressed in Organdy
Clothed in crinoline
Of smoky burgundy
Softer than the rain

I wandered empty streets down
Past the shop displays
I heard cathedral bells
Tripping down the alleyways
As I walked on

And when you ran to me
Your cheeks flushed with the night
We walked on frosted fields
Of juniper and lamplight
I held your hand

And when I awoke
And felt you warm and near
I kissed your honey hair
With my grateful tears
Oh,I love you girl
Oh,I love you

Nenhum comentário: