segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Rio 40 graus

Dia desses estava, pra variar, voltando do Galeão de táxi.
Vinte graus no Rio, muito mais ameno do que a Porto Alegre chuvosa e invernal que tinha deixado horas antes.
O taxista, me vendo tirar casacos e tal, comentou algo sobre o frio e eu disse que estava feliz por estar "quentinho". Ele quase freou junto com o "O QUE???"
Aí, o óbvio: "Mas você e gaúcha, claro que não vai sentir esse frio. Está aqui há quanto tempo?"
Já estou arredondando pra cima pra ver se param de me tratar como turista. Quase cinco anos. O óbvio II, a missão, que eu tão inocentemente esqueci: "Ah, então já é quase carioca".
Porra. Nem tão ao norte, nem tão ao sul, né?
"Não, por que seria? Estou tão bem sendo gaúcha que mora no Rio".
Pra que fui dizer isso?
Começou uma amena discussão que desembocou num "mas que preconceito seu, não querer ser quase carioca". Ao que repliquei com "preconceito é o de vocês, que querem que todo mundo seja carioca".
Silêncio no carro, graças aos deuses. O Rebouças estava chegando.
No final, o sujeito pediu desculpas pela "brincadeira" e tudo o mais. Mas, quer saber? Errada estou eu em achar que esta é uma postura fácil de entender. Oras, por que eu não quereria ser carioca, exigir meu crachá e andar ouvindo Rebolation? Mó orgulho.
Acompanhar múltiplas culturas, de países aparentemente tão diferentes, decididamente não é bolinho. Da próxima vez, vou responder simplesmente, "issaí, mermão".

Um comentário:

Anônimo disse...

Um tanto quanto cômico não?
Tenho traços paulistas em mim, falo igual à eles, no entanto nasci em Curitiba. Não tem um amigo meu que não brinque comigo com o meu sotaque, "tipo assim meu" hahahaha
Gostei do blog, bom final de semana, abraço.