Esse Gabo, vou te dizer...
bem que desconfiei que não ia conseguir repetir o prodígio dos "Cem Anos de Solidão", que literalmente me embasbacou, mas este "Amor nos Tempos do Cólera" tem seus momentos memoráveis. Entre eles:
"[...] quando uma mulher resolve dormir com um homem não há barreira que não salte, nem fortaleza que não derrube, nem consideração moral nenhuma que não esteja disposta a varar de lado a lado: não há Deus que valha."
E lá vem ele, de novo. Carpinejar, disparado o autor que mais aparece por estes posts. Agora, no entanto, vem do livro "O amor esquece de começar":
"Quem cuida de gato ama a sua solidão. O felino fica quieto pela casa, como um ruído do osso, um ruído interno do corpo. Enovelado em suas memórias fundas, tão fundas que requer concentração para subi-las. Flor assustada, jardim móvel. Nem com um nome ele se torna doméstico. Confidente que censura com compaixão, que compreende com piedade. Não é um animal que tosse; no máximo, espirra. Seus olhos claros, pirilampos dentro de um pote. A plumagem clara ou escura nasceu como ouvido da noite. Sua superação é beleza."
E a sensacional:
"A ex-casada encarnará as obrigações, não usará desculpas pessoais para se livrar da rotina.
Provará que pode se virar sozinha.
Aliás, como sempre."
segunda-feira, 26 de maio de 2008
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