domingo, 18 de maio de 2008

Lições de arquitetura

Tava ali na cama entregue a uma das minhas célebres manias (a saber: deixar a tevê no mudo enquanto faço outra coisa; naquele momento, a "outra coisa" tinha mais de 400 páginas e atendia por "O Amor nos Tempos do Cólera") quando me dou conta de que tem algo errado.
A tevê não está muda. Ou melhor, a minha está. Mas alguma outra não está.
Eu estou ouvindo perfeitamente o Haley Joel Osment dizendo pro Bruce Willis "eu vejo gente morta" (ai que horror que eu tenho de dublagem).
O som não vem da minha tevê, e sim da do vizinho. Da vizinha, pra ser mais exata, cuja tevê fica precisamente atrás da minha cama. E em se tratando de uma vizinha tipicamente velhinha de Copacabana, dá pra desconfiar que a audição dela não é lá uma Brastemp. E eu que ouça a programação da Globo até as duas da manhã, com a Marjorie Estiano no Altas Horas e sabe Deus mais o quê. Por sorte, ontem não era nenhuma vigília dos 318, ou algo que o valesse.
Maravilhas da arquitetura moderna: a gente ganha um vizinho e de brinde uma caixa acústica.

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