segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sleepwalk

Eram seis e meia e o dia começava a clarear por entre as frestas da cortina quando desisti de tentar dormir, tarefa na qual estava empenhada há exatas sete horas.
Não houve nada - nenhuma posição, nem a cantilena monocórdia do ventilador, nhóim-nhóim-nhóim, nem o leite às cinco da manhã - capaz de me atirar nos braços de Morpheus. Nem as quase duzentas páginas de boa literatura, nem o alongamento, nem o relaxamento, muito menos o Serenus ou o Dorflex. Nada, nada foi o suficiente pra me tirar do estado de alerta em que me encontro neste momento, chocada com a capacidade de desconforto que é possível ocorrer numa só noite a um ser humano.
Polianamente pensando, existem boas chances de eu conseguir fazer tudo o que preciso hoje. Isso, é claro, se o cansaço não vier dar as caras lá pelo meio da manhã, me submetendo aos já vexatórios episódios de bater cabeça no computador ou cochilar no canto do café, enquanto o resto do povo trabalha e eu seguro o celular com o despertador ligado pra dali a dez minutos.

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