Mais uma vez, Carpinejar mata a cobra e mostra o pau.
O conhecimento muda a bebida.
Descobrir o que aconteceu na safra daquele vinho, a maturação da uva, a influência do sol, se as chuvas não vieram atrapalhar o ápice do verão, como ele foi feito, o quanto é complicado encontrá-lo despertará a língua vadia do desejo.
Não será mais um vinho, não será mais uma noite, será um nome acordado. Ficará encorpado de memória.
Só se toma um vinho rápido quem não o conhece.
É uma metáfora e não é.
Minha mãe já me disse que nunca mais vai conseguir olhar pro vinho do mesmo jeito depois que eu contei a historia da Carmenère.
O mesmo pode ser feito comigo, contigo, com todo mundo.
Não é o tempo de convivência que faz o cuidado com que se frui o outro. Aprendi isso na carne, nesse retorno de Saturno, nesse fim de inferno astral. Enquanto que fui vinho rápido para uns, outros (parecem) querer conhecer, desfrutar, entender a história. Por mais vadio que seja esse desejo, ainda assim é um desejo genuíno, não um ensaio de sinceridade.
(Amen)
domingo, 18 de maio de 2008
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