terça-feira, 15 de julho de 2008

Assalto

Segunda vez em dez dias.
Vem o pilantrinha imundo, tenta acompanhar o passo. Não escuto o começo do discurso, mas termina com "só me passa o telefone e o dinheiro, senão eu te dou tiro, te furo toda, e duvida pra tu ver só. Me dá o que tem no bolso senão te furo."
Tiro a mão do bolso. "Tenho nada não, magrão. Tenho só o remédio do nariz."
"Deixa eu ver."
Nisso eu ganho tempo, e o imundinho enfia a mão no bolso esquerdo - o que tem a pen drive e a chave. "Tô te dizendo, mané, só o remédio e a chave de casa."
"Deixa eu ver o outro."
Aí já estou perto o suficiente pra chamar a mendiga: "ô tia, olha aqui o malandro tentando me assaltar!"
O guri enfia a pen drive na minha mão e sai correndo, se desculpando. Era só uma brincadeira.

2 comentários:

Ana Roberta disse...

Lu Grings: totalmente inserida no contexto carioca. ;D

Anelise Molina disse...

Que merda, hein!!!
Já aconteceu comigo, arma na cabeça e tudo o que tem direito. Lá em Porto, no ano passado. Nunca mais saí sozinha depois de escurecer.

"Pode até parecer fraqueza" mas nesse aspecto estou feliz por estar aqui na Ilha da Fantasia do Planalto Central. Não estou imune, mas me sinto mais segura, paciência, sou humana, tenho medo.

Bjo, amiga!