O que eu queria mesmo saber é pra que é que eu gasto mais de 200 pilas com esta porcaria de plano de saúde se quando eu preciso fazer um exame um pouco mais elaborado é um deus nos acuda como se eu estivesse pedindo uma audiência com o Papa e o Bush em pessoa.
Ocorre que eu sou só mais uma na multidão de mulheres que sofre com aquele negócio que ainda tem guasca que acha que é frescura: tpm. Sempre foi um tormento. Quando eu era adolescente, o troço chegava a cúmulos de quase-desmaios, inutilidade total, suores e calafrios ao mesmo tempo, hemorragias absurdas, enjôos. À época, meu irmão menor presenciou um desses ataques e, se ele conseguiu esquecer, eu não me esqueço do olhinho dele arregalado, em pânico e indeciso entre me dar um ventilador ou uma coberta em pleno janeiro, empapando o sofá de suor e me torcendo de dor.
O advento da pílula, além de me livrar da grande paúra de engravidar, diminuiu consideravelmente o sofrimento. Só que é aquilo, né. Hormônio é hormônio. Parei de tomar um tempo pra dar uma respirada... e tinha tentado fazer o mesmo quando vim aqui pro Rio, mas desisti no primeiro mês de sintomas beirando o intolerável. E um ano depois, a coisa começou a ficar ruim pro meu lado de novo. A médica acertou em cheio: pílula forte demais. Só que agora tá ruim de novo. Elefantes sapateiam no meu abdômen, agulhas gigantes de crochê pinçam minhas entranhas, grilhões atam-se nas minhas pernas e ganho um martelo portátil que fica ribombando minhas têmporas: um escândalo pra quase-nada de sangue, dois dias, três e olhe lá.
De uns tempos pra cá, a coisa despirocou de vez. O quase-nada virou enxurrada, fora de hora, a dor não cessa nem com Buscopan nem com reza, aquilo tudo. Lá foi ela, a médica, que é maluca mas não é doida: "Só pode ser duas coisas: descompensação hormonal ou endometriose. Vamos de cara pra uma ressonância e uma contagem hormonal. E um hemograma, porque você me parece mais branca do que o normal."
Íamos, né? Porque aparentemente menstruar pedaços sanguinolentos com cara de aborto, avaliados por uma profissional da saúde, não é motivo suficiente pra liberar meu exame. E como pelo menos pra exames de sangue a Golden Cross ainda não está me pedindo antecedentes criminais, a suspeita da descompensação hormonal, aos meus leigos olhos, hoje foi pras cucuias.
E meu hemograma, como sempre, tá lá, atestando que não, eu não preciso de fortificante, não estou anêmica e não como tão mal quanto parece nos meus 58kg. Só a série branca denuncia a alergia que não cede, e que acabo de ler que pode ser pura e simplesmente reação a stress agudo.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
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