quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

No ordinary love

Fui assistir hoje à defesa da quiçá melhor pessoa que o Rio me deu a chance de conhecer.
E por uma combinação de fatores, fui obrigada a sair antes mesmo dela terminar sua exposição.
Por mais que sair antes do término tenha me doído, nada me doeu mais do que ver que tomei um rumo tão distinto do dela.
Fiquei lá vendo, assistindo minha amiga tão cara falando de seus afetos.
E invejando.
Aquela inveja boa, sabe? Aquele orgulho por ver um esforço recompensado - porque eu bem sei o esforço que ela empreendeu pra defender suas idéias.
Mas tive inveja. E medo, de nunca poder ser brilhante e especial do mesmo jeito.
E uma tristeza funda, funda. De ver uma pessoa tão Spinoza falando a mim, Schopenhauer aprisionado no século XXI.
Ver tanto afeto, tanta felicidade, tanta pulsão criativa, que não bate em mim a não ser para de algum modo me dizer de como não consigo ser.
Saí de lá, e como de praxe nestes meus últimos dias, chorei.
Por sorte tenho óculos de sol grandes, e as pessoas hoje em dia pouco se dão a enxergar os outros que se lhe cruzam os caminhos. Ao contrário da minha amiga, cuja luz e atenção nenhum óculos é capaz de sequer disfarçar.

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