domingo, 24 de fevereiro de 2008

The sweetest taboo

Gosto de coisas assim: perenes.
Como cai bem ao gosto taurino.
Perenes e sólidas. Que começam devagar, constróem bases, criam substância.
Nascem e crescem, como tudo que é vivo.
E que estão sujeitas a morrer - como tudo que é vivo - mas que nos esforçamos para manter, como tudo aquilo que vive para nós.
Que começam aos poucos, que aparecem de leve, que não se impõem, não exigem, não demandam, não protestam.
Aguardam. Fruem. Sabem o tempo de esperar e juntar forças e o tempo de florescer, de gastar toda a energia acumulada. Aguardam as épocas certas, que se existem na natureza hão de existir para nós também: primavera, verão, outono, inverno. Épocas de florir, de colher, de descansar, de plantar. Sem morrer.
Sabendo que o tempo é o tempo. Passa, e nem tudo fica - só o que é perene apesar do ritmo inclemente da natureza.

2 comentários:

Anamein disse...

ta, lu. eu sei que o que tu escreveu NADA TEM A VER comigo ou com a minha situaçao. Mas tu bem sabe que eu pesquei o recado e transferi p/ mim, né? Pois estou pensando muito nessa coisa do devagar e sempre. é tao tranquilo e ao mesmo tempo tao instigante...

mas sei. tu te refere a amizades que nao sao um tufao e que atualmente estao te fazendo muito bem. Sei de quem se trata e que nao é de mim, mas fico feliz que, de certa forma, tb somos perenes uma a outra. :)

Luciana Grings disse...

Ih, fía.
Sei - e tu também sabe - que não pensei em ti para escrever esse texto, mas ele se aplica. Em gênero, número e grau.
O tempo passa e nem tudo fica. E fico feliz pelo que fica há onze anos. Não jogo fora, nem substituo.
Pessoas não são moedas de troca. Não se sobrepõem, nem se cambiam. Somam, apenas.
(Apenas? Me senti quase herege ao usar essa palavra.)