Caso 1
Eu sabia que o cara não prestava. Eu SABIA. Tava na cara dele e o sujeito sequer usava uma basezinha pra disfarçar.
Mas aquela têmpora meio grisalha falou mais alto quando ele sugeriu aquele vinho, só porque estávamos vivos, e estava friozinho. Aquela noite. No meio da semana.
Era perfeito. Ele vinha e ia embora, e pronto. Tudo ótimo.
Chegou já chegando, me botando no colo, pondo música no meu computador, tomando vinho, me perguntando coisas, me contando casos, besteiras.
Só que ele fez questão de estragar tudo.
Dormiu dizendo que dali a pouco ia embora, mas agarrado na minha mão como se fosse o último vestígio de humanidade sobre a terra. E acordou no outro dia, dando bom dia como se fosse o dia da Criação, enquanto eu não dormi pensando que ele ia embora dali a alguns minutos.
Oh shit.
Caso 2 (o contraponto)
Eu não sabia muito do cara, mas achei que ele prestava um pouco, pelo menos.
Mas aquela têmpora meio grisalha falou mais alto quando ele sugeriu que íamos tomar uma cerveja em outro lugar, e íamos dançar, que dançar era ótimo e era muito sedutor. E ele queria muito me ver dançando. Aquela noite. No meio da semana. A música, o papo.
Não era perfeito, mas era QUASE. A gente chegava e ia embora, e se falava depois, e continuava aquele papo. Ficou pra semana seguinte, e pronto. Tudo ótimo.
A gente chegou já chegando, enchendo a banheira, pondo música no rádio, tomando cerveja, rindo e contando casos, besteiras, debaixo do lençol feito cabaninha enquanto o ar condicionado tornava tudo mais agradável.
Só que ele fez questão de estragar tudo.
Não dormiu, porque eu não podia acordar.
E foi embora com tudo o que de bonito podia haver.
Oh shit.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário